Ifix recupera parte das perdas em final de 2024
O Ifix é o índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa, que engatou um mini rali (cerca de 9% de alta) nas últimas cinco sessões de 2024 e recuperou boa parte das perdas acumuladas ao longo dos últimos meses. Após ficar negativo em mais de 13%, o indicador atenuou a queda e fechou o ano com baixa de 5,8%.
“Fatores como o crescimento da curva de juros e a incerteza no cenário fiscal [explicam o desempenho negativo dos FIIs]”, detalha Murilo Marchesini, sócio-fundador da Finamob, especialista em mercado imobiliário. “Ambos os fatores acabaram prejudicando o mercado de FII’s e trouxeram dificuldade em novas captações e desconto no valor das cotas”, pontua.
Melhores desempenhos e piores desempenhos
O Suno Energias Limpas (SNEL11) encabeçou a lista das maiores altas do ano, com ganhos acima de 19%. Na sequência, aparecem o Kinea Unique HY (KNUQ11) e o Mérito Desenvolvimento Imobiliário (MFII11). O Hectare CE (HCTR11) é o fundo de maior risco e teve a maior baixa do ano, com queda de 47% em 2024.
Detalhes sobre o Suno Energias Limpas (SNEL11)
Criado em dezembro de 2022, o Suno Energias Limpas (SNEL11) tem um patrimônio de R$ 132 milhões e atua no desenvolvimento de usinas fotovoltaicas ou na compra de projetos já finalizados. Nos últimos 12 meses, o dividend yield (taxa de retorno com dividendos) do SNEL11 está em 13,86%. Na semana passada, o fundo depositou R$ 0,10 por cota – equivalente a uma dividend yield mensal de 1,14%. Atualmente, o portfólio do fundo é composto por certificado de recebíveis imobiliários, os CRIs, (56%) e usinas fotovoltaicas (37%).
Detalhes sobre o Hectare CE (HCTR11)
Considerado um FII de “papel” – que investe em títulos de renda fixa – o HCTR11 tem o patrimônio alocado predominantemente em certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Nos últimos anos, alguns papéis da carteira sofreram com uma inadimplência em série. O patrimônio líquido do fundo está estimado em R$ 2,5 bilhões, mas o valor de mercado atual representa pouco mais de R$ 400 milhões.
Projeções e recomendações para o mercado de FIIs
O mercado de FIIs ainda vive incertezas sobre uma possível reversão de tendência, avalia Marcelo Hannud, CEO e fundador da Aurea Finvest. Diante do cenário, Hannud vê como segmentos mais promissores no mercado de FIIs os considerados defensivos – que geram um fluxo de pagamento de dividendos já contratados e menos voláteis. Marchesini, da Finamob, vai na mesma linha e, diante das incertezas no cenário macro, sugere alocações em fundos mais consolidados que ofereçam menor risco e menos volatilidade.
Fonte: B3
Júlio Rossato