Ministra Dweck defende avaliação das empresas estatais pela contabilidade empresarial
A ministra do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, afirmou nesta segunda-feira (30) que, das 13 empresas estatais que registram déficit na apuração feita pelo Banco Central, nove têm lucro.
Segundo Dweck, as companhias devem ser avaliadas pela contabilidade empresarial, e não pela contabilidade pública, uma vez que o déficit não é sinônimo de prejuízo, e na contabilidade empresarial, quando uma empresa realiza um investimento, esse gasto é diferido no tempo, não gerando uma despesa cheia no ano. Além disso, quando a empresa utiliza o preceito em caixa, ela não gera prejuízo.
O Banco Central divulgou que as empresas públicas federais tiveram um déficit de R$ 6,04 bilhões de janeiro a novembro deste ano. Dweck reconheceu que, do total de empresas consideradas, três apresentam algum tipo de prejuízo, como é o caso dos Correios, que têm um impacto relevante no dado divulgado.
Dweck destacou que os resultados do Banco Central são apurados mensalmente e que muitas empresas que fazem parte das estatísticas receberam aportes do Tesouro Nacional em 2019 e 2020, o que gerou um superávit no balanço, mas muitas vezes o dinheiro era utilizado para aumentar o caixa das empresas, e não necessariamente para que os recursos fossem usados.
Com a retirada dessas estatais do Plano Nacional de Desestatização pelo atual governo, foi permitido que as empresas pudessem voltar a realizar despesas com investimento, segundo Dweck. Ela explicou que muitas delas estão utilizando recursos em caixa, o que gera um resultado de déficit do ponto de vista contábil, mas não significa que elas tenham tido prejuízo.
A ministra ressaltou que a equipe tem feito um esforço para publicar os dados contábeis e empresariais simultaneamente ao resultado do Banco Central. Ela ainda afirmou que o governo está atento à sustentabilidade das estatais e que foi assinado um decreto recentemente para reduzir a dependência financeira de algumas companhias.
Júlio Rossato