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Taxas dos DIs recuam no primeiro dia de 2025

Investidores realizam correções nos prêmios de risco do Brasil após fortes ganhos acumulados no ano passado.

Taxas dos DIs recuam no primeiro dia de 2025

As taxas dos DIs recuaram nesta quinta-feira (2), na primeira sessão de 2025, com os investidores realizando correções nos prêmios de risco do Brasil após os fortes ganhos acumulados no ano passado, quando alguns contratos tiveram altas de mais de 500 pontos-base para suas taxas.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 15,175%, em baixa de 24 pontos-base ante 15,423% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2027 marcava 15,695%, ante o ajuste de 15,936%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2029 estava em 15,53%, em baixa de 22 pontos ante 15,751% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2031 tinha taxa de 15,23%, de 15,447% anteriormente.

Ajustes nas posições recentes

Os investidores navegavam neste pregão por um ambiente sem muitas novas notícias ou dados econômicos e com baixo volume de negociações, o que permitiu, segundo analistas, um movimento de ajustes nas posições recentes, reduzindo um pouco dos altos prêmios de risco observados na curva.

“A liquidez particularmente reduzida de hoje, juntamente à falta de catalisadores, sugere que os movimentos são de ajustes, e não representam uma nova tendência”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Cenário fiscal brasileiro

Apesar do movimento desta sessão, analistas apontam que o principal fator para as altas das taxas futuras no ano anterior — os receios com o cenário fiscal brasileiro — deve continuar no foco dos agentes financeiros, pelo menos no início de 2025.

O mercado tem colocado em dúvida o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, particulamente depois do anúncio de um projeto de reforma de Imposto de Renda no fim de novembro que ofuscou a apresentação de medidas de contenção de gastos.

Expectativas do mercado

Para contratos de curto prazo, parecia haver ajustes na direção do “guidance” fornecido pelo Banco Central em sua última reunião de política monetária, quando os membros do Copom elevaram a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizaram mais dois aumentos da mesma magnitude nas próximas duas reuniões.

Operadores colocavam 28% de chance de o BC seguir sua orientação e elevar a taxa de juros em 1 ponto na reunião deste mês, contra 72% de probabilidade de um aumento de 1,25 ponto.

Cenário externo

No cenário externo, os mercados globais estarão concentrados este ano na trajetória da taxa de juros do Federal Reserve, com a expectativa de que o banco central dos Estados Unidos reduza o ritmo de afrouxamento monetário.

Como elementos potencialmente importantes para as próximas decisões do Fed, investidores estarão de olho em dados de inflação, que segue acima da meta de 2%, dados de emprego, com o mercado de trabalho ainda mostrando resiliência, e ao início do novo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.


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