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Empresário Rubens Menin critica ciclo perverso dos juros no Brasil

Fundador da MRV, Banco Inter e CNN Brasil afirma que alta da Selic prejudica crescimento econômico e acesso ao crédito

Empresário Rubens Menin critica ciclo perverso dos juros no Brasil

O empresário Rubens Menin, fundador da MRV (MRVE3), Banco Inter e CNN Brasil, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o Brasil enfrenta um “ciclo perverso” provocado pela alta dos juros, que pode prejudicar gravemente o crescimento econômico do país. Segundo Menin, a elevação da taxa Selic, que deve chegar a 14,75% ou 15% ao fim de 2025, compromete o acesso ao crédito e afeta a sustentabilidade de diversos setores da economia, como o mercado imobiliário.

Ele criticou o que considera um desequilíbrio entre a política monetária conduzida pelo Banco Central e as demais políticas econômicas, destacando que o controle da inflação não pode ser feito apenas com o aumento das taxas de juros. Menin ressaltou a importância de uma coordenação entre as diferentes esferas da economia para evitar que a elevação dos juros continue a impactar negativamente o crédito e o consumo.

Impacto na economia

No setor imobiliário, onde sua empresa MRV é uma das líderes de mercado, Menin apontou que o aumento dos juros já começa a restringir a capacidade de financiamento. Embora programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) possuam mecanismos de controle sobre as taxas, a escassez de recursos em meio a juros elevados tem afetado a oferta de crédito para diferentes faixas de renda.

Além de apontar a elevação da Selic como um problema central, Menin também criticou a falta de clareza na comunicação do governo federal sobre o compromisso com a responsabilidade fiscal. Segundo ele, declarações confusas, mesmo em defesa do controle orçamentário, têm gerado insegurança no mercado e contribuído para a volatilidade dos juros futuros.

Necessidade de esforço coletivo

Menin concluiu defendendo a necessidade de um esforço coletivo para reverter esse cenário. Ele destacou que, embora o Banco Central deva manter sua independência, as políticas monetária e fiscal precisam ser mais bem alinhadas.


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