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Brookfield procura banco para vender participação na Ascenty

A Brookfield Asset Management está procurando um banco para vender parte da Ascenty, operadora de data center na América Latina.

Brookfield procura banco para venda de participação na Ascenty

A Brookfield Asset Management (BAM) está buscando um banco de investimento para ajudá-la a vender uma participação minoritária na Ascenty, uma das maiores operadoras de data center da América Latina, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.

A Brookfield controla a Ascenty em parceria com a Digital Realty, e busca um parceiro minoritário para financiar a expansão da Ascenty, principalmente no Brasil.

Expansão da Ascenty

Os planos de expansão da Ascenty estão alinhados com a ascensão do Brasil como um centro global para data centers. Com o aumento da demanda por computação em nuvem e inteligência artificial, investidores devem investir mais de US$ 10 bilhões no setor no Brasil na próxima década, segundo estimativas do banco Santander e do Ministério de Minas e Energia.

Com menos de 200 instalações, o país já está atualmente entre os 15 principais mercados globais. Mas projeções de um relatório do Santander apontam crescimento acima da média nos próximos anos, com um aumento anual das receitas de 7,1% de 2024 a 2028, superando a média global de 6,6% no mesmo período.

Projeções de venda

A Brookfield iniciou negociações com bancos no ano passado, e espera finalizar o processo de contratação nos próximos meses e concluir a venda até o final de 2025.

A Ascenty, fundada em 2010, possui 34 data centers no Brasil, México, Chile e Colômbia. A gestora ainda não definiu quanto de sua participação deverá ser vendida ou o preço, e avaliar a Ascenty é um desafio, já que a empresa não é negociada publicamente.

Crescimento do setor

Com 181 data centers, o Brasil representa menos de 2% do mercado global dominado pelos EUA e pela Europa, mas o país vem expandindo a capacidade de energia renovável e investindo em linhas de transmissão, criando incentivos para maiores investimentos das empresas.

Para o setor de energia, os data centers oferecem novas oportunidades de negócio, mas também desafios ao planejamento de redes de transmissão e distribuição.

Várias projeções do setor são baseadas em números da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia, que prevê que a carga de data centers crescerá para 2,5 gigawatts (GW) até 2037. Isso é mais que o triplo da carga atual de 671 MW das instalações operacionais, de acordo com a consultoria JLL.

Thiago Prado, presidente da EPE, disse que a principal dificuldade é identificar a demanda real, para evitar custos excessivos e capacidade ociosa caso as previsões de clientes de data centers se mostrem exageradas.


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