Consumo de minério de ferro na China prejudica exportadoras
Lucas Laghi, head de mineração e siderurgia da XP, participou do programa Morning Call da XP e explicou que o consumo de minério de ferro na China está muito baixo, o que prejudica empresas exportadoras da commodity, como a Vale (VALE3). Os setores que mais consomem minério de ferro, como mercado imobiliário e infraestrutura, estão com quedas representativas em relação ao período pré-pandêmico.
Segundo Laghi, os novos lançamentos imobiliários, que consomem aço gerado a partir do minério de ferro, caíram 60% versus o período pré-pandemia. Isso gera receio com a dinâmica de receita futura e pressiona os preços da commodity. O analista avalia que o preço do minério de ferro entre US$ 110 a US$ 120 a tonelada é muito assimétrico à realidade. No valor de US$ 95 a US$ 100, teria espaço para cair até US$ 90.
Desde que a XP mudou a recomendação da Vale de compra para neutra devido ao cenário duvidoso na China com relação ao minério de ferro, a mineradora já teve queda das ações em cerca de 15%. Apesar de ser uma recomendação neutra, Laghi vê pouco espaço para queda do preço da commodity, mas segue cético com o preço de minério de ferro.
Ele ressalta que as ações da Vale estão sendo negociadas com desconto em relação aos preços à vista do minério de ferro hoje. Laghi acredita que o preço do minério de ferro de US$ 85 a US$ 90 é um patamar razoável e pode ser alcançado.