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IPCA fecha 2024 acima do teto da meta do Banco Central

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medida de inflação do Brasil, encerrou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central.

O que é o IPCA?

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é a principal medida de inflação do Brasil.

IPCA fecha 2024 acima do teto da meta

O IPCA encerrou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. Esse foi o oitavo descumprimento desde 1999. A alta em dezembro consolidou a tendência de aceleração nos preços de bens e serviços ao longo do ano.

A desvalorização do real em relação ao dólar, que acumulou queda de 27,36% em 2024, foi um dos principais fatores que impulsionaram os preços. Especialistas explicam que a valorização da moeda norte-americana encarece insumos e produtos importados, afetando tanto o consumidor quanto a indústria nacional. Além disso, a inflação nos serviços, especialmente aqueles sensíveis à política monetária, como alimentação fora do lar e transporte, reforça a preocupação com a capacidade de controle dos preços em 2025.

Projeções para 2025

Economistas de grandes instituições financeiras já projetam que o IPCA de 2025 fique novamente acima do teto da meta, que será de 4,5% no próximo ano. O Itaú BBA, por exemplo, projeta uma inflação de 5,5%.

Novo sistema de meta contínua

A partir deste ano, passa a valer um novo sistema de meta contínua, com centro de 3%, apurada com base na inflação acumulada em 12 meses. Se ela ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) por seis meses consecutivos, considera-se que o alvo foi perdido. Nesse caso, caberá ao BC divulgar as razões para o descumprimento, as providências e o prazo para a convergência, também por meio de carta aberta.

Impactos no mercado

As últimas declarações do Banco Central já indicavam que a inflação ficaria acima do limite superior da meta. O novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá que explicar por que os preços ficaram fora desse objetivo. A XP Investimentos prevê uma inflação acumulada de 6,1%, enquanto o Bradesco BBI projeta 5,8%.

Taxa Selic

O Banco Central iniciou um novo ciclo de alta da taxa Selic, que terminou 2024 em 12,25% ao ano, com previsão de elevação para 14,25% até março. O objetivo é conter a escalada dos preços, especialmente em itens como serviços intensivos em mão de obra e produtos industrializados, cujos custos têm sido diretamente impactados pela desvalorização cambial.

Limitações da política monetária

Analistas alertam que a política monetária enfrenta limitações, especialmente em um contexto de expectativas inflacionárias desancoradas e percepção de risco fiscal. A condução das contas públicas será importante para evitar uma espiral de aumentos de preços, já que o mercado segue atento às ações do governo em relação ao controle de gastos e à trajetória da dívida pública.


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