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Presidente do BC explica descumprimento da meta de inflação de 2024 em carta aberta ao ministro da Fazenda

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, explica em carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o descumprimento da meta de inflação de 2024, que foi amplamente esperado pelo mercado financeiro.

Presidente do BC escreve carta aberta ao ministro da Fazenda para explicar descumprimento da meta de inflação de 2024

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou 4,83% em 2024, acima do teto do alvo, de 4,50%. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, assumiu o cargo há apenas dez dias e será o responsável por assinar a carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o descumprimento da meta de inflação de 2024.

Campos Neto foi o presidente do BC que mais descumpriu a meta na história do regime

Desde o início da gestão de Roberto Campos Neto, em 2019, o IPCA superou a meta três vezes: em 2021, quando escalou até 10,06%, a terceira maior taxa do Plano Real; em 2022, quando ficou em 5,79%; e, agora, em 2024. Os dados de inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que Campos Neto foi o presidente do BC que mais descumpriu a meta na história do regime.

Novo sistema de meta contínua

A partir deste ano, passa a valer um novo sistema de meta contínua, com centro de 3%, apurada com base na inflação acumulada em 12 meses. Se ela ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) por seis meses consecutivos, considera-se que o alvo foi perdido. Nesse caso, também caberá ao BC divulgar as razões para o descumprimento, as providências e o prazo para a convergência, também por meio de carta aberta.

Credibilidade do BC

Economistas ouvidos pelo Broadcast consideram que o descumprimento do alvo em 2024 tem poucos impactos para a credibilidade do BC ou do regime de metas. O IPCA do ano passado sofreu efeitos de eventos climáticos extremos, valorização de mais de 27% do dólar ante o real e robustez da atividade econômica. A postura do BC ao longo deste ano vai determinar ganho ou perda de credibilidade. Se as projeções de inflação da autarquia para o seu horizonte relevante continuarem subindo, isso pode trazer impactos para a credibilidade, destaca a economista-chefe para o Brasil da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro.


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