Pressão sobre nova diretoria do Banco Central
Os especialistas Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset, e Solange Srour, diretora de macroeconomia no UBS Global Wealth Management, alertam para os riscos presentes no cenário macroeconômico atual. Em especial, destacam a pressão sobre a nova diretoria do Banco Central, em particular Gabriel Galípolo, que ainda tem pouca credibilidade no mercado.
Despesas ainda elevadas e juros cortados antes do necessário
Segundo os especialistas, outro risco é que as despesas ainda estão elevadas e que os juros foram cortados antes do necessário. Além disso, há uma competição entre a política monetária e a política fiscal, já que a falta de confiança na estabilização da dívida torna o cenário mais complexo.
Cenário macroeconômico em 2025
Genta afirma que a Selic em torno de 14, 15%, com o novo prêmio de risco, parece que não vai funcionar. O cenário de política fiscal em 2025 também não é otimista, já que a expansão da despesa obrigatória, como o Bolsa-família, torna o cenário mais complexo. Solange afirma que medidas para tornar a dívida pública sustentável não podem ser entregues em um ano, mas é importante que sejam demonstradas para que o mercado possa reverter suas expectativas no médio/longo prazo.
Cenário no exterior
Genta considera que os Estados Unidos demonstram crescimento em patamares similares ao observados pré-pandemia. Ainda que algumas dinâmicas parecessem mais favoráveis, a inflação ainda não caiu e a economia também não desacelerou em 2024. Ainda em 2025, a expectativa também é para desaceleração mais tímida. Em relação ao Brasil, Solange destaca que há grandes desafios para o país, considerando questionamentos mais fortes domésticos de políticas monetárias e fiscal.
Conclusão
Os especialistas alertam que o cenário macroeconômico atual é desafiador e que há riscos presentes, tanto no cenário interno quanto no externo. É importante que medidas sejam tomadas para tornar a dívida pública sustentável e que haja equilíbrio entre a política monetária e fiscal.