JBS não cumpre promessa de emissões zero até 2040
A JBS, maior produtora de carnes do mundo, comprometeu-se a zerar suas emissões e acabar com o desmatamento ilegal em sua cadeia de suprimentos até 2040. Contudo, a empresa não cumpriu sua promessa de zerar as emissões líquidas até 2040 e não tem controle sobre como as fazendas operam. Embora esteja incentivando mudanças voluntárias, a JBS não pode exigir mudanças nas fazendas ou no uso de seus produtos pelos clientes. A empresa enfrentou pouca pressão de investidores, mesmo com as evidências de que não atingiria suas metas de sustentabilidade. A JBS está no 95º percentil de risco ambiental, segundo a Morningstar Sustainalytics.
Aspiração, não promessa
Jason Weller, diretor global de sustentabilidade da JBS, afirmou que a meta de emissões era apenas uma “aspiração” e nunca foi uma promessa que a JBS faria isso acontecer. A empresa tem controle operacional, contratual ou legal zero de sua cadeia de suprimentos. Embora a JBS tenha prometido acabar com o desmatamento ilegal da Amazônia por seus fornecedores de gado até 2025, a Reuters constatou que, nos últimos cinco anos, os investidores obtiveram poucos resultados em relação às promessas feitas pela JBS.
Limites da empresa
A JBS se concentra nas emissões de suas próprias operações, incluindo abatedouros, e não em emissões relacionadas a mudanças no uso da terra. A empresa exclui emissões de mudanças no uso da terra, mas outras companhias globais já começaram a divulgar essas emissões. A consultoria americana Glass Lewis mostrou no ano passado que a JBS obteve baixa pontuação em mitigação de risco climático, enquanto a assessoria ISS também levantou preocupações sobre a administração e práticas de governança “no contexto de corrupção”.
Júlio Rossato