Taxas de DIs fecham em alta no Brasil
As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em alta firme no Brasil, superior a 25 pontos-base na ponta longa, em sessão em que investidores realizaram lucros recentes na renda fixa, na bolsa de ações e no mercado de câmbio, atentos ainda às movimentações no exterior antes da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima segunda-feira.
No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 — um dos mais líquidos no curtíssimo prazo — estava em 14,01%, ante o ajuste de 13,977% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,895%, com elevação de 7 pontos-base ante o ajuste de 14,827%.
Contratos mais longos
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,96%, em alta de 26 pontos-base ante 14,715% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,84%, ante 14,586%.
Desde o início do ano a curva a termo brasileira vem passando por um movimento de redução de prêmios, com investidores cortando os exageros do fim de 2024, quando os receios em torno da área fiscal penalizaram os ativos brasileiros. O movimento fez com que a taxa do DI para janeiro de 2027, um dos mais líquidos, acumulasse baixa de 93 pontos-base este ano até a última quarta-feira.
Realização de lucros
Nesta quinta-feira, porém, parte dos investidores aproveitou para realizar os lucros recentes na renda fixa, em movimento que esteve em sintonia com a realização na bolsa de ações e no mercado de câmbio, destacaram dois profissionais ouvidos pela Reuters.
Segundo um deles, o IBC-Br pouco acima do esperado — o que sugere pressão inflacionária — contribuiu para a realização. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,1% em novembro ante outubro, em dado dessazonalizado. A leitura ficou praticamente estável ante o ganho de 0,09% de outubro, mas ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de estagnação no mês.
Curva de juros
Em meio ao movimento desta quinta-feira, a curva seguiu consolidando as apostas de que o Banco Central elevará a Selic em 100 pontos-base no fim de janeiro, como vem sendo sinalizado pela própria autarquia.
Perto do fechamento a curva precificava 90% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base, contra 10% de chance de aumento de 125 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 88% e 12%, respectivamente. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.
Exterior
O avanço das taxas futuras no Brasil ocorreu a despeito de, no exterior, os rendimentos dos Treasuries recuarem na esteira de comentários do diretor do Federal Reserve Christopher Waller, para quem três ou quatro cortes de juros nos EUA este ano ainda são possíveis.
Investidores se mantiveram atentos ainda à participação do indicado de Trump para chefiar o Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em audiência no Senado. Segundo ele, as políticas de Trump ajudarão a reduzir a inflação e permitirão que os salários dos trabalhadores aumentem nos EUA.
Fonte: Reuters