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Diretor do IAM fala sobre desafios da pasta em entrevista

José Roberto Behrend aponta situação do Parque do Ingá como um dos maiores desafios. Licenciamentos ambientais para empresas também precisam ser remodelados. População deve denunciar mau cheiro para auxiliar a fiscalização.

Diretor do IAM fala sobre desafios da pasta em entrevista

Na Série de Entrevistas com os secretários municipais, José Roberto Behrend, diretor presidente do Instituto Ambiental de Maringá (IAM), entre outros assuntos, apontou a situação do Parque do Ingá como um dos maiores desafios da pasta. Segundo ele, outra região do parque deve entrar em obras em breve e os atrativos do local podem ter alterações.

Ainda de acordo com Behrend, a questão dos licenciamentos ambientais para empresas também é um ponto que precisa ser remodelado. O secretário explicou que há processos duplicados e burocracias que podem ser reduzidas. Conforme Behrend, em relação ao mau cheiro, é importante que a população denuncie e dê detalhes sobre a situação para auxiliar a fiscalização a identificar as causas e buscar soluções para o problema.

Fiscalização de empresas

Em relação à fiscalização que é feita em empresas, a gente recebe frequentemente reclamações de mau cheiro. Isso tudo também é competência do IAM?

— Exato. Sempre que tiver qualquer tipo de reclamação com relação por exemplo a mau cheiro, nós temos o 156, que é o nosso canal oficial, por lá que nós conseguimos tratar a entrada de informação e a partir dali fazer o monitoramento e o pedido. Quanto mais detalhe nós tivermos mais fácil a gente identifica a fonte. Infelizmente a gente sabe que essa questão de odor é uma questão que ao longo do tempo tem causado problema para os maringaenses, tem algumas fontes que são algumas fontes conhecidas, algumas fontes recorrentes que é decorrente de atividade industrial, mas ao longo do tempo a gente acaba identificando. Normalmente o cheiro está ligado aos processos industriais, aos processos produtivos e também uma questão climática, então quando a gente tem uma inversão térmica, quando um período muito quente esfria, um período muito frio esquenta, essa inversão térmica acaba deixando o ar mais denso muitas vezes e acaba que aquele cheiro acaba não se dissipando. Então em determinados períodos do ano, principalmente vinculados à mudança, essa inversão é quando a gente acaba vendo uma maior frequência, mas muitas vezes também pode ser de uma operação irregular de alguma atividade e aí a gente tem uma outra divisão. Para o cidadão comum o canal de entrada é o 156, mas tem alguns assuntos que são tratados e trabalhados pelo IAM e tem alguns assuntos que são tratados pelo Instituto Água e Terra (IAT), que é o órgão estadual.

Alagamentos

Na questão dos alagamentos, o que compete ao IAM? Qual a visão do Instituto em relação a isso e o que pode ser feito?

— Dentro da gestão municipal nós temos três esferas de integração e de interação. Nós temos a Secretaria de Infraestrutura que é responsável pela manutenção, a Secretaria de Obras que é quem faz os projetos das galerias, e a interface ambiental. O cidadão, de repente está vendo só aquela galeria ali, não sabe o que está acontecendo quando chega no rio. A nossa leitura inicial é de que alguns pontos que têm causado alagamento, em grande parte, é por falta de manutenção. E acaba acumulando ali, desde material que seria da parte de limpeza urbana, querendo ou não, a nossa arborização em alguns momentos acaba carregando um pouquinho de material, e infelizmente a gente tem algumas situações que o pessoal acaba jogando lixo na rua e acaba chegando em nossas galerias. Mas a gente tem essa divisão em três partes, a parte de projetos e a parte operacional seria a Secretaria de Infraestrutura e Secretaria de Obras e a gente faz o acompanhamento e principalmente no que interfere dessa galeria lá na beira do rio, é onde a gente entra para fazer o acompanhamento para ver se o que a gente chama de dissipadores de energia, que são a etapa final da galeria, se elas estão íntegras, se precisa fazer algum tipo de manutenção, alguma coisa de urgência ou não e é onde a nossa Secretaria acaba entrando.

Situação do Parque do Ingá

Qual é a situação do Parque do Ingá? O que pode ser feito na questão do lago?

— Olha, de fato eu acredito que esse é o nosso maior desafio hoje, mas com uma expectativa e uma esperança que a gente consiga dar respostas o quanto antes. Existe atualmente uma obra sendo executada nos dois lados do lago, a gente tem lá o Canal Leste e o Canal Oeste. O que é a intenção? Que quando as águas atingissem um determinado limite, eles extravasariam desse canal e entrariam em um canal de acesso e essa água seria direcionada para o lago. Então o que foi pensado? Como a gente tem a primeira chuva, essa chuva acaba lavando o solo, a gente tem ao longo do tempo, o dia-a-dia da cidade, o que a gente chama de poluição difusa. A gente tem a parte de fuligem, de escapamento de veículo, a própria rodagem dos veículos acaba deixando um pouquinho de material e quando chove ele acaba lavando. Então essa primeira água, não é interessante a gente direcionar para o lago, porque a gente estaria concentrando materiais que não seriam adequados para o lago. (12:07) Então foi projetado, quando ele chegasse a um determinado nível, ele derivaria do canal principal para esses acessos laterais. A gente tem o canal leste, que ele está aproximadamente com 50% dessa parte concluída, faltando a interligação com o outrp e a gente está estudando agora o início das obras do canal oeste. Nós temos uma questão de projeto que não foi compatibilizado com a parte de execução numa parte final dele, que a nossa equipe está revendo uma solução de engenharia para a gente conseguir adequar o projeto, mas acredito que nos próximos dias a ordem de serviço para ele já será dada e a gente começaria essa parte. Com isso a gente espera que o quanto antes comece a chover e chuva com um determinado volume, as águas passam a adentrar ali o lago.

Tem mais algum projeto para o Parque do Ingá?

— Tem. Junto disso nós temos um projeto com relação ao Jardim Japonês, que também nós tivemos que reanalisar por conta da parte de denagem que não estava compatibilizada no projeto inicial, mas é uma obra que já está licitada, aguardando a formalização de contrato e a liberação da ordem de serviço. A equipe está analisando com relação a parte de drenagem para ver o que vai interferir com relação a obra no uso futuro, mas eu acredito que nos próximos dias a gente já tem uma definição e o que nós estamos fazendo nesse momento, até por uma determinação do nosso prefeito Silvio Barros, existe uma intenção de uma remodelagem do sistema de uso do parque com novas atividades, com uma interação ambiental maior do que a gente está tendo hoje. Então o próximo passo, acredito que em primeira mão a gente está falando isso agora, possivelmente no domingo a gente faz o lançamento de uma pesquisa de satisfação dos usuários, até porque a gente tem alguns contratos vinculados ali, a gente tem um contrato com a lanchonete, a gente tem um contrato com o pedalinho, tem o pessoal que faz a comercialização do artesanato, a gente tem algumas outras equipes ali, como a equipe de segurança, a gente precisa ouvir da população o que eles entendem sobre os serviços que estão sendo prestados e a partir daí a gente pensar em soluções para deixar o nosso cartão postal da maneira como o Maringá tanto merece.

Maiores desafios do Instituto Ambiental

Além do Parque, qual é o maior desafio do Instituto Ambiental daqui para frente?

— Nós temos uma demanda muito grande na parte dos processos de licenciamento. O licenciamento ambiental tem um aspecto de política pública ambiental de controle, mas também tem uma política social, porque existem atividades que não conseguem se instalar por conta da falta de liberação. Então uma licença emitida muitas vezes está se refletindo em geração de emprego e renda, e geração de emprego e renda é o início de um trabalho que evita diversos outros aspectos, parte de assistência social, parte de criminalidade. Então nós darmos condição para o empreendedorismo em Maringá eu acho que é algo que é fundamental e talvez é o nosso maior desafio nesse primeiro momento e o que eu vejo é que talvez um dos melhores caminhos que a gente tem para isso é aumentar o nosso nível de controle, no entanto reduzindo uma parte de burocracia. A primeira leitura que a gente tem nesses primeiros dias é que tem alguns processos que acabam sendo redundantes e às vezes dentro da própria secretaria ele sendo tratado por duas diretorias diferentes ou então um trabalho que vai para uma outra secretaria e para a nossa e eu acredito que se a gente integrar e deixar um processo mais ágil, mas com qualidade e com eficiência eu acho que a gente consegue melhorar isso em pouco tempo. Mas eu acredito que esse talvez seja a maior demanda que nós temos hoje dentro do Instituto, essa parte de melhorar os nossos processos, deixar eles mais ágeis, com qualidade e com segurança.


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