Irmãos Batista estudam compra de fatia do Grupo Petrópolis
Os irmãos Batista, controladores da JBS (JBSS3) e da holding J&F, estão em conversas iniciais para comprar uma fatia de 50% no Grupo Petrópolis, atualmente em recuperação judicial, aponta o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”.
De acordo com a publicação, há conversas iniciais entre os empresários e Walter Faria, dono da empresa, que tem marcas como Itaipava, Crystal, Petra e Black Princess e é atualmente detentor de uma fatia de 12% no mercado brasileiro de cervejas.
Impacto na Ambev
A notícia da possível aquisição preocupa a Ambev (ABEV3), líder de mercado no Brasil. As ações da empresa registravam uma queda de cerca de 1% às 10h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (20). O mercado brasileiro de cervejas é caracterizado por ser um monopólio ou um duopólio bem definido, e a entrada de um novo player pode mudar o panorama.
Recuperação judicial da Petrópolis
Quando o Grupo Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial (RJ) há cerca de dois anos, os analistas do BTG apontaram enxergar dois possíveis desfechos principais: (i) que a RJ daria ao grupo o oxigênio necessário para se reerguer, recuperando a alavancagem operacional perdida durante a pandemia; (ii) que a RJ talvez fosse o último passo antes da venda de ativos da Petrópolis.
Analisando os números financeiros e a estratégia comercial da Petrópolis, o BTG reforça que a RJ desempenhou um papel importante na recuperação de volumes e participação de mercado. Após encerrar 2023 com uma taxa de utilização de capacidade de 41%, a companhia adotou uma estratégia de preços altamente agressiva, focada em maximizar a alavancagem operacional. Contudo, essa abordagem parece ter mudado recentemente, com a Petrópolis aumentando seus preços médios de forma constante nos últimos meses, o que fez com que os analistas acreditassem que o mercado estaria perto de um equilíbrio de preços mais disciplinado.
Na visão dos analistas, o cenário em que a Petrópolis perde participação de mercado é aquele em que a Ambev mais se beneficia. Um aumento na competição vinda da Petrópolis provavelmente prejudicaria a capacidade da Ambev de sustentar seu potencial de crescimento dos lucros.
Júlio Rossato