Trump adia tarifas sobre produtos importados
O presidente Donald Trump não irá impor imediatamente tarifas sobre produtos importados na segunda-feira (20), mas emitirá uma ordem executiva direcionando agências federais a começarem a estudar uma ampla lista de questões comerciais que podem, eventualmente, resultar em impostos sobre mercadorias da China, Canadá, México e outros países nos próximos meses.
A decisão sugere que Trump está adotando uma abordagem mais cautelosa para cumprir uma das promessas-chave de sua campanha, que é usar taxas para reordenar as relações comerciais dos Estados Unidos. Isso também irá adiar — pelo menos por enquanto — as disputas que vinham se formando com governos estrangeiros, que prometeram responder às taxações de Trump com suas próprias.
Ordem executiva de segunda-feira
Os tópicos que Trump ordenará pesquisas na ordem executiva de segunda-feira serão extensos, incluindo déficits comerciais e acordos assinados com a China, Canadá e México. Isso pode preparar o terreno para que o presidente implemente tarifas sobre diversos alvos por diferentes razões, potencialmente desestabilizando cadeias de suprimento internacionais e gerando guerras comerciais globais nas semanas e meses seguintes.
A ordem executiva irá direcionar agências federais a examinar práticas comerciais e cambiais desleais e a avaliar se os governos estrangeiros cumpriram os termos dos dois acordos comerciais que Trump assinou em seu primeiro mandato. Também exigirá que o governo avalie a viabilidade de criar um “Serviço de Receita Externa” para coletar tarifas e impostos.
Trump também está ordenando um estudo sobre as tarifas que os Estados Unidos impuseram por razões de segurança nacional, assim como o uso de uma isenção comercial especial, chamada de minimis, que permite a entrada de mercadorias de baixo valor nos Estados Unidos sem tarifas.
Favorecimento de políticas
O presidente e seus assessores têm favorecido uma combinação de políticas, incluindo uma tarifa universal sobre produtos estrangeiros, uma tarifa mais alta sobre a China e medidas separadas que poderiam abordar a relação comercial com o México e o Canadá, impondo impostos também sobre esses países, disseram pessoas familiarizadas com os planos.
Em seu discurso de posse na segunda-feira, Trump afirmou que começaria “imediatamente a reformular nosso sistema comercial para proteger os trabalhadores e famílias americanas.”
Júlio Rossato