Autoridades do Nepal anunciam medidas mais restritivas para escalada do Monte Everest
As autoridades do Nepal anunciaram uma série de medidas e regulamentos mais restritivos para quem quiser escalar o Monte Everest, o mais alto do planeta. O valor para estrangeiros vai subir dos atuais US$ 11 mil (cerca de R$ 66,5 mil) para US$ 15 mil (R$ 90,7 mil) na alta temporada, o período do primavera, que vai de março a maio.
Os preços para os montanhistas que escolherem as demais estações também vão subir: a licença vai passar de US$ 5,5 mil (R$ 33,2 mil) para US$ 7,5 mil (R$ 45,3 mil) no outono, e de US$ 2,75 mil (R$ 16,6 mil) para US$ 3,75 mil (R$ 22,7 mil) no inverno e nas monções. Além disso, sua validade das licenças foi reduzida de 75 para 55 dias.
Práticas sustentáveis e redução de alpinistas
As autoridades querem reduzir o número de alpinistas que tentar vencer os mais de 8,8 mil metros da montanha, após temporadas seguidas de superlotação nas encostas, com o registro de grave impactos ecológicos. Para aliviar esse impacto, passam a ser exigidas práticas sustentáveis, como a obrigação de trazer sacolas biodegradáveis para os dejetos humanos.
O acampamento base do Everest, por exemplo, que fica a 5,3 mil metros de altitude, recebe mais de 2.000 pessoas a cada temporada de escalada e, geralmente, tem tendas designadas com barris onde os resíduos são depositados. Mas em acampamentos de maior altitude, apenas algumas agências oferecem instalações semelhantes, enquanto outras recorrem à escavação a céu aberto.
Durante a primavera de 2024, as autoridades coletaram quase 100 toneladas de lixo do Everest. Nesse mesmo período, cerca de 600 alpinistas, incluindo 200 estrangeiros, chegaram ao cume da montanha. No total, oito mortes foram relatadas.
Suprema Corte do Nepal ordenou suspensão da escalada
Com a tendência ascendente na emissão de licenças de escalada, a Suprema Corte do Nepal ordenou no ano passado a suspensão da escalada, o combate à poluição e a adoção de “práticas sustentáveis para preservar o frágil ecossistema do Everest para as gerações futuras.” Quase 8.900 pessoas alcançaram o pico mais alto do mundo do lado nepalês desde 1953.