Menor precificação do dólar no Brasil após posse de Trump
A Camilla Dolle, head de renda fixa da XP, comandou o programa Morning Call da XP nesta quinta (23) e apontou que o recuo do dólar no Brasil, após dois meses pressionado acima de R$ 6, se deve a um tom mais ameno de Donald Trump, após a posse na presidência dos Estados Unidos, com relação às tarifas de importação.
“Com a indicação de Trump que pretende taxar a importação de produtos chineses em 10%, o mercador reagiu bem a isso”, disse. “Havia uma expectativa da taxação chegar até 60%, que foi o que ele mencionou durante a campanha”, complementou.
“Essa menor precificação e risco (do mercado) vem de que essas tarifas (de importação) podem ser usadas (pelo governo Trump) de forma mais direcionada e estratégica e não como um objetivo de guerra comercial”, comentou a analista.
Índices futuros dos EUA operam mistos
A moeda brasileira teve alívio nos últimos dias, mas analistas ficam de olho em possíveis fatores de pressão para o câmbio. Mas ressaltou que é preciso acompanhar os passos do presidente dos Estados Unidos a novos anúncios relacionados ao tema.
“Essas tarifas mais brandas têm como potencial um menor impacto inflacionário do que se esperava, de alíquotas mais fortes”, afirmou. Isso, segundo ela, dá espaço para mais cortes de juros pelo Federal Reserve (o banco central americano), na semana que vem, nos dias 28 e 29 de janeiro.
Camilla Dolle explicou que semana que vem tem também reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a expectativa da XP é de aumento da Selic em 1 p.p. (ponto percentual), chegando a taxa a 13,25%, em linha do que foi indicado pelo BC na última reunião, realizada nos dias 10 e 11 de dezembro.
Júlio Rossato