Prefeitura de Maringá cria ZPE para instalação de data center com IA
A Prefeitura de Maringá lançou nesta quinta-feira, 23, o processo de criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no município. O projeto, que está respaldado pela lei federal de regulamentação das ZPEs, visa a instalação, em Maringá, do maior data center da América Latina para o processamento de dados por meio de Inteligência Artificial (IA).
A empresa RT-ONE, que atua em países como Estados Unidos, México e Suíça, analisou as potencialidades do município e se interessou pela construção do data center.
Investimento e empregos gerados
O empreendimento será voltado ao processamento de dados por meio de IA, tecnologia que exige até sete vezes mais consumo de energia do que sistemas convencionais – o que também exigirá investimentos na capacidade de alimentação do município. De acordo com o CEO da empresa, Fernando Palamone, o investimento previsto é de R$ 6 bilhões, sendo que 2 mil empregos diretos devem ser gerados.
“Ter um data center operando dentro de uma ZPE nos coloca em condições de competir globalmente, com vantagens tributárias que viabilizam nossa atuação no mercado internacional”, explicou ele, durante encontro com empresários e lideranças políticas em Maringá, nesta quinta-feira, 23. Ele ressaltou, ainda, que fatores como as universidades renomadas do município, a qualificação da mão-de-obra local, a infraestrutura energética e de água, e a capacidade do aeroporto foram determinantes para a escolha de Maringá.
Obras e operação do data center
Com a aprovação da ZPE, as obras do data center em Maringá devem começar em até seis meses, e a previsão é que as operações sejam iniciadas em até oito meses após o início da construção. “Este será o primeiro data center com inteligência artificial da América Latina, consolidando o Brasil como um protagonista no desenvolvimento tecnológico”, concluiu Palamone.
Aprovação do projeto e desapropriação do terreno
Por meio de decreto de desapropriação, o prefeito Silvio Barros destinou para a ZPE um terreno próximo ao Aeroporto Regional de Maringá, que está alfandegado para operar cargas internacionais. Caso o projeto seja aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o espaço abrigará empresas voltadas majoritariamente à exportação – com no mínimo 80% de sua produção destinada ao mercado externo – e que terão acesso às condições tributárias diferenciadas.
Impactos econômicos positivos
De acordo com o secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Paraná, Ricardo Barros, as indústrias representam, atualmente, 20% do Produto Interno Bruto (PIB) de Maringá, enquanto a média do Paraná é de 27%. “Esse é um projeto coletivo, um compromisso com as futuras gerações, e que foi elaborado para atender uma demanda industrial significativa, promovendo a geração de empregos e, claro, o aumento da arrecadação municipal. É uma ação conjunta entre os governos estadual e federal que trará impactos econômicos positivos para a cidade”.
Júlio Rossato