Bill Gates e a possibilidade de diagnóstico de autismo
Bill Gates, cofundador da Microsoft e filantropo, compartilhou reflexões pessoais sobre sua infância e admitiu que, se crescesse hoje, provavelmente teria sido diagnosticado no espectro do autismo. Em ensaio publicado no The Wall Street Journal, Gates descreveu como, durante sua adolescência, apresentava comportamentos que hoje são associados à neurodivergência, como obsessão por projetos específicos, dificuldades em perceber pistas sociais e momentos de inadequação social sem perceber o impacto nos outros.
Gates destacou o papel fundamental de seus pais, Bill e Mary Gates, em oferecer o equilíbrio certo de apoio e pressão para que ele se desenvolvesse. Segundo ele, os pais o incentivaram a participar de atividades como escoteiros e esportes, além de promoverem interações com adultos, o que ajudou a expandir suas habilidades sociais. Ele reconheceu que, na época, não havia compreensão sobre neurodivergência, mas seus pais intuitivamente souberam como guiá-lo.
Além das memórias pessoais, Gates abordou temas atuais, como seu encontro recente com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as tensões entre os EUA e a China. Ele defendeu que, apesar das divergências políticas, o trabalho conjunto ajuda a enfrentar problemas globais, como pandemias e mudanças climáticas.
A entrevista encerrou com Gates refletindo sobre o futuro, afirmando que continua focado em projetos de longo prazo, como avanços na saúde global e no combate à pobreza, mas admitiu que, com a idade, passou a valorizar mais o exercício de olhar para trás e compreender como suas experiências moldaram sua vida e seu legado.
Júlio Rossato