Possível fusão entre Azul e Gol pode impactar mercado de aviação no Brasil
No dia 15 de janeiro, Azul e Gol, duas das três maiores companhias aéreas do Brasil, anunciaram um acordo para o início das negociações em torno de uma possível fusão. A união das empresas dependerá do desfecho do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, previsto para ocorrer até meados de abril. A nova companhia terá três conselheiros do grupo Abra - controlador da Gol -, três membros da Azul e mais três independentes, e será comandada pelo atual CEO da Azul, John Rodgerson.
A fusão precisará ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Caso a união se concretize, a nova empresa responderia por cerca de 60% do mercado de aviação comercial do Brasil, controlando quase 100 rotas em todo o país, o que levanta preocupações acerca da formação de um duopólio e da falta de concorrência. Juntas, as companhias possuem mais de 300 aeronaves e tiveram um faturamento de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro de 2024.
É importante ressaltar que a aprovação da fusão não é garantida, já que os órgãos regulatórios precisarão avaliar o impacto econômico da união. A eventual formação de um duopólio pode afetar diretamente o mercado de aviação comercial no país, o que pode levar a um aumento nos preços das passagens e a uma redução na qualidade dos serviços prestados. Porém, é importante aguardar o desenrolar das negociações e a decisão dos órgãos regulatórios antes de tirar conclusões definitivas.
Júlio Rossato