Tirzepatida é mais eficaz para perda de peso do que semaglutida em até 72 semanas, diz estudo
A tirzepatida, comercializada como Mounjaro, e a semaglutida, presente no Ozempic e Wegovy, são medicamentos já consolidados no tratamento de obesidade e diabetes tipo 2.
Estudos recentes feitos pela Eli Lilly, farmacêutica que produz o Mounjaro, demonstram que a tirzepatida promove uma perda de peso até 47% maior em comparação à semaglutida em até 72 semanas, além de oferecer um perfil de segurança consistente.
Composição dos medicamentos
Os dois medicamentos apresentam composições distintas que afetam como agem no organismo. O Mounjaro utiliza a tirzepatida, uma molécula que combina a ação de dois hormônios intestinais: GLP-1 e GIP. Já o Ozempic, baseado na semaglutida, é um análogo de GLP-1, que também atua na secreção da insulina pelo pâncreas, regulando a glicose no sangue e promovendo, também, a redução do apetite.
Efeitos colaterais e benefícios
Quando se trata de efeitos colaterais e benefícios, a tirzepatida tem efeitos predominantemente gastrointestinais, como náusea e diarreia, que geralmente são leves e transitórios.
A tirzepatida tem se mostrado mais eficaz do que a semaglutida em estudos de longo prazo. Segundo o estudo SURMOUNT-5, a molécula promoveu uma perda de peso média de 20,2% em adultos com obesidade, enquanto a semaglutida alcançou 13,7%.
Disponibilidade no mercado brasileiro
Embora o Ozempic já esteja amplamente disponível no Brasil, e o Wegovy (versão de semaglutida para obesidade) tenha sido lançado em 2024, o Mounjaro ainda não foi introduzido no mercado brasileiro. As indicações devem sempre ser avaliada pelo médico individualmente, para cada paciente.
Tanto a tirzepatida quanto a semaglutida têm revolucionado o tratamento de condições metabólicas graves, oferecendo benefícios que vão além da perda de peso. Para os pacientes que necessitam dos medicamentos, a endocrinologista diz que ambas as opções são excelentes medicações.
Impacto positivo nos preços
“Há muitas outras moléculas sendo estudadas, com mecanismos de ação parecidos com a semaglutida e tirzepatida, e medicações que estimulam três receptores: GLP1, GIP e glucagon”, disse a endocrinologista.
“Acredito que quando tivermos as duas disponíveis, a introdução de uma ou outra irá depender dos objetivos de perda de peso e controle metabólico, do custo, e se o paciente já tentou alguma delas anteriormente e não teve a resposta desejada. As decisões terapêuticas devem ser avaliadas individualmente, prescritas e acompanhadas pelo médico”
Por fim, ela reforça que as medicações não só ajudam na redução de peso, mas também diminuem o risco cardiovascular, melhoram a qualidade de vida e reduzem custos em saúde pública.
Júlio Rossato