Governo Brasileiro não usará aeronaves da FAB para buscar deportados dos EUA
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira que o governo do Brasil não vai usar aeronaves da Força Aérea Brasileira para buscar cidadãos deportados dos Estados Unidos. Segundo ele, o papel do Brasil é garantir que haja segurança e condições adequadas aos deportados. Ainda de acordo com ele, a intenção é conversar com autoridades norte-americanas sobre como fazer o transporte de maneira digna e humana.
O encarregado de negócios da embaixada norte-americana, Gabriel Escobar, foi chamado ao Itamaraty na segunda-feira para uma conversa sobre as condições enfrentadas pelos brasileiros no voo que chegou a Manaus na sexta-feira e abriu a crise sobre o transporte dos deportados. Ainda não há resposta do governo dos Estados Unidos sobre a proposta brasileira.
O governo brasileiro definiu também que manterá o financiamento das ações da Operação Acolhida, em Roraima, de recepção aos imigrantes venezuelanos, pelo menos até que as agências consigam repor o financiamento.
Posto de acolhimento no aeroporto de Cofins
O governo brasileiro vai criar um posto de acolhimento no aeroporto de Cofins, na zona metropolitana de Belo Horizonte, onde chegam a maior parte dos voos de deportados. A intenção, segundo a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, é apoiar os repatriados na volta ao Brasil, com auxílio inclusive para reinserção no mercado de trabalho.
Financiamento das ações em Roraima
O governo brasileiro garantiu o financiamento das ações em Roraima, onde cerca de 500 venezuelanos ainda entram por dia no Brasil, pelo menos até que as agências consigam repor o financiamento. De acordo com informações das organizações, a OIM foi a mais afetada, com cerca de 60% dos recursos vindos dos repasses norte-americanos. Já o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados teria outras fontes de financiamento.
Júlio Rossato