Preços do café atingem novo recorde devido à oferta restrita e temores sobre a próxima safra
Os futuros do café arábica atingiram um novo recorde na bolsa ICE, aproximando-se de US$ 4 por libra-peso, devido à oferta extremamente restrita e aos temores quanto às perspectivas da próxima safra. Os contratos futuros de café arábica em Nova York, referência mundial, atingiram um recorde histórico de US$ 3,7685 por libra-peso no início do dia, com alta de mais de 15% neste ano.
Os principais torrefadoras, como Nestlé e JDE Peet’s, estão subcompradas e ainda têm muito a comprar, enquanto os especuladores continuam otimistas com o café. Os suprimentos continuam extremamente apertados no Brasil, que produz quase metade do arábica do mundo.
Os estoques certificados de arábica estão diminuindo rapidamente, caindo quase 100.000 sacas para cerca de 900.000 sacas. A oferta caiu mais rápido do que a demanda, resultando nisso. “O aperto no Brasil e os atuais diferenciais estão nos contando a verdadeira história da safra 24/25 – e que, sem dúvida, levará rapidamente ao desaparecimento dos certs (estoques certificados de arábica na ICE). E as coisas podem ficar complicadas rapidamente”, disse um dos maiores comerciantes de café do mundo, Trishul Mandana, diretor administrativo da Volcafe.
Os suprimentos também estão escassos para o café robusta, que é, até certo ponto, fungível com o arábica, embora seja geralmente usado para fazer café instantâneo em vez de misturas torradas e moídas. O café robusta subiu 2,2%, para US$ 5,734 por tonelada, um pouco abaixo do recorde histórico do contrato.
Outras commodities softs
Em relação a outras commodities softs, os futuros do cacau em Nova York caíram 4,6%, para US$ 11,207 por tonelada, enquanto o cacau em Londres perdeu 3,5%, para US$ 8,817 por tonelada. O açúcar bruto teve pouca alteração, a US$ 0,1947 por libra-peso, enquanto o açúcar branco ficou estável em US$ 522,70 por tonelada.