Guerra comercial dos EUA
A moeda norte-americana empurrava o dólar canadense e o peso mexicano para mínimas de vários anos, depois que a implementação de tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deram início a uma guerra comercial.
O euro também atingia uma mínima de mais de dois anos ante o dólar e o franco suíço – apesar de normalmente atuar como um ativo seguro – inicialmente recuava para seu menor nível desde maio.
Canadá e México
Como Trump havia prometido no mês passado, os EUA impuseram a Canadá e México tarifas de 25% e à China uma taxa de 10% no fim de semana, considerando-as necessárias para conter a imigração e o tráfico de drogas.
As tarifas entrarão em vigor às 02h01 (horário de Brasília) de terça-feira.
O Canadá e o México, os dois principais parceiros comerciais dos EUA, prometeram imediatamente medidas de retaliação, e a China disse que contestará as tarifas de Trump na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Impacto nas moedas
Nas primeiras negociações, moeda americana já avançava em relação a maior parte de seus pares. Governo canadense chamou de “injustificadas e irracionais” as tarifas impostas pelos EUA.
“A surpresa para os mercados é que o Canadá e o México retaliaram imediatamente e que outros, ou seja, a China e a União Europeia, podem seguir seu exemplo, resultando em uma forte contração no comércio global”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG.
Alguns investidores esperam que as tarifas aumentem a inflação dos EUA, fomentando a visão de que a taxa de juros pode permanecer mais alta por mais tempo, o que favorece o dólar.
O peso mexicano caiu para seu menor nível em quase três anos, a 21,2882 por dólar, enquanto o dólar canadense caiu para 1,4792 por dólar, um nível não visto desde 2003.
Muitos economistas veem o México continuando a suportar o peso, com o Goldman Sachs Group Inc. prevendo o peso a 22 por dólar, uma depreciação de aproximadamente 5% em relação aos níveis atuais. O JPMorgan Chase & Co. vê uma depreciação imediata de 2%-4% e um salto de 20 pontos-base nos rendimentos dos títulos locais.
Júlio Rossato