Dois grupos de funcionários do FBI movem ações judiciais
Dois grupos distintos de funcionários do FBI entraram com processos contra o Departamento de Justiça (DOJ, em inglês) dos EUA nesta terça-feira (4), tentando proteger as identidades desses agentes e de outros que investigaram apoiadores de Donald Trump por invadirem o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
Participantes do ataque que foram perdoados por Trump em seu primeiro dia na Presidência têm usado as redes sociais para identificar os promotores e agentes que trabalharam em seus casos. Trump perdoou cerca de 1.500 apoiadores horas depois de assumir o cargo em 20 de janeiro.
As duas ações judiciais contra o Departamento de Justiça foram movidas antes do prazo das 15h imposto pelo vice-procurador-geral interino Emil Bove para que a liderança do FBI entregasse uma lista de todos os funcionários da agência que ajudaram na investigação de 6 de janeiro.
Lista de milhares de funcionários
O diretor interino do FBI, Brian Driscoll, disse à equipe que a lista incluiria milhares de funcionários, inclusive ele próprio.
Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que o FBI entregou a lista com os envolvidos nos casos de 6 de janeiro pelo número de identificação do funcionário, e não pelo nome. Não ficou claro o que o Departamento de Justiça planejava fazer com ela, e um porta-voz do DOJ não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento.
Risco de retaliação
No primeiro processo coletivo, um grupo de funcionários anônimos do FBI disse que o Departamento de Justiça está tentando identificar agentes para demiti-los ou puni-los de outra maneira. “Os autores da ação temem com razoabilidade que toda ou parte dessa lista possa ser publicada por aliados do presidente Trump, colocando eles e suas famílias em perigo imediato de retaliação por parte dos criminosos condenados, agora perdoados e em liberdade desde 6 de janeiro”, diz o processo.
A segunda ação, movida pela Associação de Agentes do FBI, também pediu ao tribunal que proteja as identidades dos funcionários.
Júlio Rossato