Vendas da Ferrari resistem à recessão global
A Ferrari teve vendas resilientes de seus carros esportivos no quarto trimestre, com forte demanda nos EUA ajudando a empresa a ignorar a recessão enfrentada por montadoras de luxo. As vendas aumentaram 14%, atingindo € 1,74 bilhão (US$ 1,8 bilhão) em relação ao ano anterior, com os ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização subindo 15%, totalizando € 643 milhões. Ambos os resultados foram melhores do que o esperado pelos analistas.
O forte desempenho do trimestre mostra que a Ferrari está lidando com a maioria dos problemas enfrentados pelo restante da indústria automobilística global. Ainda assim, a empresa apresentou uma previsão conservadora para este ano, esperando vendas acima de € 7 bilhões, com ganhos ajustados de pelo menos € 2,68 bilhões.
Desempenho e perspectivas futuras
O CEO Benedetto Vigna disse que o crescimento em 2025 será robusto, permitindo que a Ferrari atinja o limite superior da maioria de suas metas de rentabilidade para 2026 um ano antes do previsto. As remessas aumentaram 1%, totalizando 13.752 unidades em 2024, impulsionadas pelas vendas do Purosangue, Roma Spider e 296 GTS. As vendas nas Américas, principalmente nos EUA, dispararam 8% nos últimos três meses do ano. As vendas na China caíram 38% no trimestre, acelerando a queda no país, embora ainda seja um mercado menor para a Ferrari em comparação com seus concorrentes.
A Ferrari pode revisar sua estratégia na China diante da crescente demanda por veículos elétricos de luxo no país. O fabricante poderia repensar seu limite atual de vendas na China, que é de 10% do total de remessas, para aproveitar oportunidades na era dos EVs, afirmou Vigna.
Lançamentos
No Investor Day da empresa em 9 de outubro, a Ferrari planeja lançar seu primeiro carro totalmente elétrico. No ano passado, a empresa apresentou um supercarro de € 3,6 milhões, um dos modelos mais caros da história.
Júlio Rossato