Famílias de crianças transgênero lutam contra decreto de Trump
Famílias de crianças transgênero entraram com uma ação judicial para bloquear o decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que corta todo o financiamento federal para cuidados de saúde que auxiliam transições de gênero para pessoas com menos de 19 anos. O decreto discriminou as pessoas transgênero e foi além da autoridade de Trump como presidente, alegam as famílias representadas pela Lambda Legal e pela American Civil Liberties Union. O grupo PFLAG, de defesa LGBT, também é um dos autores da ação. Espera-se que os autores da ação busquem uma ordem de restrição temporária o mais rapidamente possível para permitir que os hospitais retomem o tratamento. Hospitais em todo o país já começaram a cancelar consultas para tratamentos de transição de gênero devido ao decreto, que pode incluir medicamentos bloqueadores de puberdade, hormônios e, às vezes, cirurgia. Alguns hospitais que cancelaram as consultas incluem Children’s National Hospital em Washington, D.C., NYU Langone em Nova York, Boston Children’s Hospital e Children’s Hospital of Richmond na Virgínia.
Reação das famílias
Uma das autoras da ação, Kristen Chapman, mudou-se do Tennessee para a Virgínia para que sua filha transgênero pudesse receber tratamento depois que o Tennessee proibiu o atendimento de afirmação de gênero em 2023. Depois de pagar pelo tratamento do próprio bolso em uma clínica durante meses, Chapman conseguiu uma consulta no Children’s Hospital of Richmond. Chapman disse que se mudou porque esperava que a Virgínia fosse um lugar seguro para sua filha. Mas poucas horas antes da consulta, o hospital ligou para cancelar. O Children’s National confirmou que havia suspendido os tratamentos de afirmação de gênero por causa do decreto.
Júlio Rossato