Líderes da Ucrânia e Rússia sinalizam diálogo
Os líderes da Ucrânia e da Rússia sinalizaram que sua recusa anterior em dialogar um com o outro se tornou mais flexível, após a promessa do presidente dos EUA, Donald Trump, de acabar com a invasão em grande escala de Moscou.
Em uma entrevista na noite de terça-feira (4) com o apresentador de televisão Piers Morgan, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reiterou sua disposição para conversar com seu homólogo russo, Vladimir Putin, para encerrar a guerra, na presença dos parceiros da Ucrânia.
Zelensky descarta conversas diretas com Putin há muito tempo. No entanto, com o retorno de Trump à Casa Branca e as tropas russas continuando a avançar no leste da Ucrânia, a tentativa de acabar com a guerra, que já dura três anos, ganhou uma nova urgência.
Putin, que garantiu um quinto mandato presidencial em março passado em eleições duramente controladas pelo Kremlin, disse que não pode negociar um acordo com Zelensky, a quem chamou de presidente ilegítimo.
O mandato de Zelensky terminou formalmente em maio passado, embora novas eleições presidenciais não possam ser realizadas sob lei marcial, que a Ucrânia declarou no início da invasão em grande escala da Rússia.
No entanto, a posição de Moscou também parece ter mudado. Apesar dos “grandes problemas” de Zelensky em termos de legitimidade, “o lado russo continua aberto a negociações”, disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, a jornalistas na quarta-feira.
Júlio Rossato