Santander Brasil busca aumentar ROE, mas não deve atingir meta em 2025
O retorno sobre o patrimônio líquido anualizado (ROAE ou ROE, na sigla em inglês) do Santander Brasil (SANB11) chegou a 17,6% no quarto trimestre de 2024, com uma alta de 5,3 pontos percentuais na comparação ano a ano. Foi um avanço importante do principal indicador de rentabilidade do banco, mas ainda distante do maior patamar histórico, que ultrapassou 21%.
O CEO do Santander reafirmou que 20% é um patamar que o banco tem como objetivo e trabalha para alcançá-lo. Mas acha difícil que ele seja alcançado neste ano de 2025.
“A gente nunca imaginou, na verdade, que ia ser em 2025 que a gente ia chegar lá. Mas tem que ser em um horizonte nos próximos anos”, afirmou Mario Leão, em entrevista aos jornalistas sobre os resultados do banco no terceiro trimestre.
“Cada 1% agora fica mais desafiador. Não quer dizer que a gente não vai buscar e não vai fazer. […] Parte fundamental da nossa estratégia é fortificar o ROE, a gente vai buscar, não vai ser em 2025, mas espero que aconteça no horizonte de curto e médio prazo”, complementou.
Santander Brasil quer ser mais rentável antes de ser maior
Na avaliação dos analistas sobre o balanço, a disciplina do banco está se mostrando em eficiência, mas mais melhorias estruturais no ROE só devem acompanhar um apetite ao risco mais forte, o que parece não ser o caso para este ano.
Leão falou que, em ordem de prioridades, o Santander que ser “mais rentável antes de ser maior”. O CEO lembrou que o Santander chegou a ser chamado de “menos ambicioso” em termos de crescimento de sua carteira total por alguns analistas, devido à sua postura mais cautelosa em relação à expansão.
“A gente já via sinais de que não fazia sentido pensar em crescimento de dois dígitos de crédito – e eu continuo achando isso”, disse o executivo. “Onde a gente quis crescer a gente cresceu, até mais que o mercado. […] Eu escolhi crescer na financeira, eu escolhi crescer em pequenas empresas”.
“Sob a ótica das carteiras, a gente quer crescer e estamos preparados para isso. Fizemos os ajustes necessários e agora depende mais da demanda”, complementou Gustavo Alejo, CFO. “Estamos tecnicamente ajustados para um ano de 2025 que pode ter várias características”.
Conclusão
O Santander Brasil busca aumentar seu retorno sobre o patrimônio líquido anualizado, mas não deve atingir sua meta de 20% em 2025, conforme afirmou o CEO Mario Leão. O banco prioriza a rentabilidade antes do crescimento, com foco em pequenas empresas e na financeira. Analistas avaliam que melhorias no ROE só acompanharão um apetite ao risco mais forte, o que não é esperado para este ano.
Júlio Rossato