Trump planeja assumir controle da Faixa de Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está avançando com ideias cada vez mais ousadas sobre redesenhar o mapa do mundo na tradição do imperialismo do século 19. Em seu segundo mandato na Casa Branca, Trump imagina assumir uma zona de guerra devastada no Oriente Médio que nenhum outro presidente americano desejaria. Ele propõe assumir o controle de Gaza, deslocar a população palestina e transformar o enclave costeiro na “Riviera do Oriente Médio”.
Não importa que ele não pudesse nomear nenhuma autoridade legal que permitisse aos Estados Unidos afirmar unilateralmente o controle sobre o território de outra pessoa ou que a remoção forçada de uma população inteira seria uma violação do direito internacional. Não importa que reassentar 2 milhões de palestinos seria um desafio logístico e financeiro gigantesco, sem mencionar politicamente explosivo.
A ideia de Trump seria o compromisso mais expansivo do poder e do Tesouro americano no Oriente Médio desde a invasão e reconstrução do Iraque há duas décadas. E seria uma reviravolta surpreendente para um presidente que se candidatou ao cargo em 2016 condenando a construção de nações e prometendo retirar os Estados Unidos do Oriente Médio.
Proposta controversa
Trump insistiu que estava falando sério, mesmo enquanto muitos se perguntavam se isso era possível. No entanto, parecia tão fantasiosa, tão desprovida de detalhes, tão em conflito com a história que era difícil julgá-la à primeira vista. A proposta de Trump de assumir o controle da Faixa de Gaza é polêmica e levantou críticas de diversos especialistas em política internacional.
A noção de assumir a propriedade de Gaza colocaria os Estados Unidos no meio do conflito israelo-palestino de uma maneira que presidentes desde Harry S. Truman tentaram evitar. Mas presidentes americanos evitaram o tipo de grande força de tropas terrestres dos EUA em Israel ou nos territórios palestinos que presumivelmente seriam necessárias para tomar e manter Gaza.
Conclusão
O plano de Trump pode ser apenas uma distração do restante da reunião entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Trump está avançando cada vez mais com ideias controversas para redesenhar o mapa do mundo, e a proposta de assumir a Faixa de Gaza é a mais audaciosa até agora. A polêmica ideia de Trump de remover uma população inteira e assumir território estrangeiro soa tanto quanto um negócio imobiliário como os que ele tem perseguido ao longo de sua vida como desenvolvedor.
Júlio Rossato