Idoso recusa oferta milionária para deixar casa na China
Na cidade de Jinxi, um idoso chamado Huang Ping rejeitou uma proposta do governo no valor de US$ 220 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) para deixar sua residência. Como resultado, sua casa ficou isolada no meio das obras de uma nova rodovia na China.
Embora a quantia oferecida fosse considerada alta para os padrões do país, Huang decidiu permanecer no local onde vive há décadas com sua família. Diante da recusa, o governo prosseguiu com a construção da estrada, que se estende por mais de 13 quilômetros e foi projetada para se conectar a vias importantes da região, conforme noticiado pelo jornal argentino La Nación.
Para evitar a demolição da casa, os responsáveis pelo projeto adaptaram o traçado da rodovia, contornando a propriedade. Apesar disso, Huang continua morando ali ao lado do neto de 11 anos, cercado por barreiras de concreto e enfrentando o barulho constante das obras e as vibrações dos veículos que trafegam na via expressa. A expectativa é de que a situação se agrave ainda mais quando a estrada for oficialmente inaugurada.
Em recentes declarações, o idoso revelou que, apesar do orgulho inicial por manter sua casa, agora se arrepende da decisão. 'Se pudesse voltar atrás, aceitaria a oferta. Agora sinto que perdi uma grande oportunidade', afirmou ele, segundo o La Nación. 'O que antes era um lugar tranquilo agora se tornou um espaço de conflito constante. O progresso chegou, mas não sei se tomei a decisão certa'.
Casos como o de Huang não são incomuns na China. É cada vez mais frequente encontrar proprietários que recusam propostas do governo para desocupar suas moradias e abrir espaço para novos empreendimentos urbanos. Esse fenômeno é conhecido no país como 'dingzihu', ou 'casas de prego', em referência às residências que permanecem isoladas no meio de grandes construções.
A urbanização acelerada na China tem levado a disputas entre moradores e o governo, especialmente em projetos de infraestrutura como estradas e rodovias. O caso de Huang Ping exemplifica os desafios enfrentados por aqueles que resistem às desapropriações, destacando o impacto do crescimento urbano e da modernização no país.
Júlio Rossato