Cogna (COGN3) Registra Altos e Baixos Após Balanço do 4T
Lucro quase bilionário, perspectiva de pagamento de dividendos e uma virada nas operações. Com isso, a Cogna (COGN3), após o balanço do 4T, viu suas ações saltarem até 8,72%, a R$ 1,87, na abertura do mercado nesta quinta-feira (13). Porém, logo depois, os papéis viraram para baixa, chegando a registrar queda de 6,40%, a R$ 1,61, na mínima do dia. Durante a tarde, às 16h (horário de Brasília), os papéis também registravam forte baixa, com queda de 5,81% (R$ 1,62).
O que explica este movimento? Dois fatores podem ajudar a explicar esse desempenho dos ativos COGN3.
Em primeiro lugar, as ações já haviam registrado uma forte alta no ano justamente na expectativa por bons resultados e melhoras operacionais no 4T, o que levou a um embolso de lucros em um verdadeiro movimento de “sobe no boato, cai no fato”. No acumulado do ano, mesmo com a queda da sessão, os papéis avançavam mais de 50%. A ação vinha de seis altas seguidas, período em que se valorizou mais de 13%.
Porém, outros fatores da leitura do próprio balanço impactam as ações pelas incertezas da recorrência dos números do 4T.
O grupo de educação divulgou lucro de R$ 925,8 milhões no quarto trimestre, com crescimento de dois dígitos da receita. O conselho também aprovou distribuição de dividendos, ainda sujeito à aprovação da Assembleia, após a companhia apurar em 2024 o primeiro lucro anual em cinco anos.
Na visão do Morgan Stanley, houve dois grandes fatores que dificultaram a interpretação dos resultados. Primeiro, a contabilidade foi alterada novamente no 4T24, com impacto positivo na receita, mas neutro no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, explicado mais tarde).
O segundo ponto é que a Cogna reverteu R$ 807 milhões em contingências fiscais, o que ajudou no resultado final e não está totalmente excluído das métricas ajustadas/recorrentes da empresa.
A receita aumentou 13%, ajudado pela nova contabilidade (teria sido 5% no método antigo). O Ebitda ajustado (47% na base anual) foi 10-12% acima do esperado pelo Morgan, impulsionado por um forte desempenho na Kroton e na Saber.
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No entanto, do Ebitda ao lucro, os resultados foram beneficiados pela reversão das contingências: o lucro ajustado de R$ 985 milhões foi 3 vezes maior do que suas projeções, mas, excluindo a reversão, ficaria abaixo das projeções em 45%.
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Júlio Rossato