Ato de Bolsonaro em Copacabana reúne menos pessoas do que esperado
O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu cerca de 30 mil pessoas em um ato realizado neste domingo (16) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, segundo levantamento do Datafolha. A estimativa representa apenas 3% do público de 1 milhão que Bolsonaro afirmava esperar. Outro estudo, conduzido pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e a ONG More in Common, calculou que o público foi ainda menor, estimando a presença de 18,3 mil manifestantes.
O evento foi convocado para demonstrar apoio à anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Além de Bolsonaro, políticos aliados como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participaram do ato.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro, sob gestão do governador Cláudio Castro (PL), divulgou um número muito superior ao calculado pelo Datafolha e outras entidades, alegando que 400 mil pessoas compareceram ao evento. A corporação, no entanto, não explicou a metodologia utilizada para chegar a essa cifra.
O Datafolha fez sua estimativa com base em imagens aéreas obtidas por volta das 11h10, quando o evento já estava em andamento. A análise considerou a ocupação da avenida Atlântica entre as ruas Constante Ramos e Xavier Silveira, além de parte da areia da praia. Esse espaço totalizou 25 mil metros quadrados, e a estimativa de público foi feita considerando diferentes densidades de ocupação.
Caso a área tivesse sido completamente preenchida na capacidade máxima teórica (sete pessoas por metro quadrado), explicou o Datafolha, o público poderia ter atingido 175 mil pessoas, número ainda distante do que foi divulgado por Bolsonaro e seus aliados.
Durante seu discurso, Bolsonaro reconheceu que o público foi menor do que o registrado no 7 de setembro de 2022, quando manifestações em Copacabana mobilizaram um número significativamente maior de apoiadores. Naquele ano, o Monitor do Debate Político e a More in Common calcularam a presença de 64,6 mil pessoas no local.
Paulo Barros, jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Trabalhos publicados em veículos como CNN Brasil e CoinDesk. No InfoMoney, é editor focado em investimentos e criptomoedas.
Júlio Rossato