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Câmara aprova projeto sobre orçamento secreto

Câmara dos Deputados aprova projeto de lei para uso de recursos do orçamento secreto não gastos em anos anteriores. Proposta prorroga prazo de pagamento até 2026 e retorna ao Senado por alterações.

Câmara aprova projeto sobre orçamento secreto

Câmara aprova projeto sobre orçamento secreto

Por 347 votos a favor e 114 contra, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 18, o projeto de lei complementar que autoriza gastar recursos do chamado orçamento secreto que não tinham sido feitos em anos anteriores. O projeto prorroga o prazo de pagamento para o final do exercício de 2026.

A proposta retorna ao Senado Federal por conta de alterações no texto feita pelos deputados. O projeto original é de autoria do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), e havia sido aprovado no Senado em fevereiro.

Após intensas negociações, líderes partidários definem as comissões permanentes da Câmara para 2025; veja quem presidirá cada uma delas. Eduardo Bolsonaro anunciou pedido licença da Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos. Segundo o relator da matéria na Câmara, Danilo Forte (União-CE), 40% dos restos a pagar potencialmente impactados pelo projeto correspondem a execuções já iniciadas, ou seja, pagamentos já efetuados.

'O cancelamento desses compromissos, nesse estágio, acarretaria um significativo prejuízo às políticas públicas afetadas', escreveu Forte, no parecer. O deputado negou, no plenário, que o projeto representa a ressurreição do orçamento secreto.

'Não estamos criando nada falacioso, está tudo transparente. Se a gente olhar amiúde, não tem nenhum encaminhamento secreto, até porque eu sou contra o orçamento secreto', disse.

Em uma das alterações em relação ao texto do Senado, Forte autorizou a revalidação dos restos a pagar não processados inscritos nos exercícios financeiros de 2019 a 2022, enquanto o texto original compreendia o período até 2024. Na prática, a mudança representou uma desidratação em relação à versão anterior.

O parlamentar também designou o Tribunal de Contas da União (TCU) como o órgão responsável para atestar possíveis irregularidades que impeçam o pagamento de valores relativos aos restos a pagar revalidados. Nesse caso, a exceção é 'se houver conclusão favorável das apurações, autorizando sua continuidade, ou se eventuais irregularidades forem sanadas, no prazo desta Lei e nos termos da legislação vigente'.

A prorrogação de prazo para liquidação aplica-se exclusivamente a restos a pagar não processados relativos às despesas cujo procedimento licitatório tenha sido iniciado e a convênios ou instrumentos congêneres em fase de resolução de cláusula suspensiva.

Durante a sessão de votação, deputados do Centrão e também do PT saíram em defesa do projeto. Coube ao PSOL e ao Novo se opor à proposta. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) disse que a proposta resgata o que houve de ruim no Congresso nos últimos anos e ao invés de recuperar exemplos de boa governança.

O esquema do orçamento secreto foi revelado pelo Estadão em 2021. Parlamentares montaram estratégia de destinar recursos para seus redutos eleitorais sem identificar o autor da emenda ao Orçamento e dificultando a fiscalização dos gastos públicos.


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