Ministro do STF refuta tese de condenações injustas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, refutou a tese defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que a Corte estaria condenando, injustamente, mulheres e idosos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Durante a sessão que discute o recebimento da denúncia contra Bolsonaro e outros sete denunciados, Moraes fez questão de esclarecer os números reais das condenações, desmentindo o que ele chama de narrativa, que circula nas redes sociais.
“Se criou (sic) uma narrativa, assim como a que afirma que a Terra é plana, de que o STF estaria condenando velhinhas com a Bíblia na mão, que estariam passeando em um domingo ensolarado por Brasília. Nada mais mentiroso do que isso, as imagens mostram isso”, declarou Moraes, referindo-se às alegações infundadas que circulam nas plataformas de mídia social.
O ministro apresentou dados que desconstruíram essa tese. De acordo com Moraes, em 1.494 ações relacionadas aos atos de 8 de Janeiro, 497 condenações foram registradas. Ele ainda destacou que, em 50% dos casos, as penas aplicadas foram inferiores a três anos e substituídas por penas restritivas de direitos. Apenas 43 dos condenados receberam penas superiores a 17 anos, representando menos de 10% do total.
Além disso, 68% dos condenados são homens, e apenas 43 pessoas condenadas têm mais de 60 anos, com apenas sete pessoas com mais de 70 anos, falou.
“Essa narrativa de que só mulheres e idosas são condenadas é totalmente mentirosa”, enfatizou Moraes, alertando sobre as informações fraudulentas que estão sendo disseminadas por meio de notícias falsas nas redes sociais.
Júlio Rossato