Acordo proposto para encerrar processo de influenciador envolvido em expedição arriscada
O Ministério Público de São Paulo propôs um acordo para encerrar o processo contra o influenciador e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, por envolvimento em uma expedição ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, realizada em janeiro de 2022, confirmou o MP ao InfoMoney nesta sexta-feira (28). A proposta foi apresentada no dia 7 de março.
Marçal foi denunciado 32 vezes com base no artigo 132 do Código Penal, que trata do crime de “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”. A infração é considerada de menor potencial ofensivo e prevê pena de três meses a um ano de detenção.
Sobre o atual cenário político, segundo Tarcísio, é preciso pacificação e equilibrar os “pratos do poder”, em referência ao Legislativo, ao Executivo e ao Judiciário. PGR tenta diferenciar investigações e fortalecer tese de que acusação no STF vai além da delação de Mauro Cid.
Como alternativa ao processo, a promotora Renata Zaros apresentou uma proposta de transação penal, que permite a suspensão da ação mediante o pagamento de R$ 273.240,00 (equivalente a 180 salários mínimos) a uma entidade pública ou privada com destinação social.
No dia 13 de março, a Justiça deu 15 dias para que a defesa de Marçal se manifeste sobre a proposta. Até o momento, não houve resposta. Caso a defesa não aceite nem apresente contraproposta, o juiz decidirá se acolhe a denúncia formalmente e abre o processo criminal.
A denúncia se refere à incursão liderada por Marçal nos dias 4 e 5 de janeiro de 2022, com cerca de 60 pessoas, em período considerado inadequado para a atividade, devido às condições climáticas.
Segundo o Ministério Público, o influenciador desprezou alertas de guias locais e incentivou o grupo a prosseguir, mesmo com chuva intensa, neblina densa, ventos fortes e risco de hipotermia.
“Na medida em que subiam a trilha rumo ao cume, a chuva aumentou, surgindo significativa neblina e vento forte, com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias”, narra a denúncia.
Segundo os autos, um dos condutores alertou sobre os riscos e sugeriu a suspensão da atividade. Marçal, no entanto, teria ignorado os alertas e chamado o guia de ‘covarde’, incitando o grupo a continuar.
O grupo acabou se dividindo, e 32 pessoas seguiram com Marçal. O resgate foi acionado já durante a madrugada, em meio a forte chuva. Algumas pessoas foram encontradas desorientadas e com sinais de hipotermia.
Júlio Rossato