Leilão do lote Alto Tietê na B3
Nesta sexta-feira (28), às 16h (horário de Brasília), ocorre na B3 o leilão do lote Alto Tietê, que reúne as linhas 11, 12 e 13 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), com a participação da CCR (CCRO3) e da Comporte. O critério para este leilão será o maior desconto sobre todos os pagamentos do governo a serem recebidos pelo vencedor do ativo ao longo de toda a vida da concessão.
Caso a CCR (pela ViaMobilidade) saia vencedora, o Goldman Sachs prevê um potencial de criação de valor de cerca de 2% como percentual da capitalização de mercado da CCR, o que, por um lado, implica em uma criação de valor limitada em relação ao tamanho da CCR.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado disse que, por volta das 13 horas, houve tentativa de invasão de um prédio público. Por outro lado, o banco observa que pode haver um potencial de valorização no retorno base do governo neste projeto, caso a empresa consiga realizar os investimentos necessários com um valor de capex mais baixo. O Goldman destaca que, devido ao elevado volume de investimentos necessários para este projeto (cerca de R$ 14 bilhões) e ao fato de que o desconto se aplica a todos os pagamentos a serem recebidos pelo vencedor, a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL) são extremamente sensíveis a essas variáveis. O banco também lembra que este projeto recebeu uma oferta adicional (da Comporte, grupo que venceu as linhas de trem TIC no ano passado). O Goldman Sachs reiterou recomendação de venda para a CCR e ressaltou sua preferência pelos aeroportos mexicanos dentro da sua cobertura de infraestrutura.
A concessão das linhas 11, 12 e 13 será de 25 anos e demandará R$ 14 bilhões em investimentos. O vencedor será o licitante que oferecer o maior desconto nas contribuições do estado, sendo o valor máximo de R$ 1,49 bilhão por ano. O governo também contribuirá com mais R$ 10 bilhões para viabilizar as obras. Serão construídas oito novas estações e reformadas 24 já existentes, além da eliminação de todas as passagens em nível, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas, garantindo mais segurança para os passageiros e maior fluidez no trânsito urbano.
Até 2040, a previsão é que as três linhas transportem juntas 1,3 milhão de passageiros por dia em média útil. 'A concessão permitirá a redução do intervalo entre trens, garantindo uma operação mais eficiente nas diferentes linhas', segundo o governo estadual.
Júlio Rossato