Acesso à Internet em Queda em São Paulo
O número de residências com acesso à Internet no Estado de São Paulo caiu no ano passado em relação a 2023, assim como a população usuária da rede. Segundo dados do boletim Seade SP TIC, que analisa a infraestrutura de acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação, 81% das residências possuíam acesso à internet em 2024, ante 88% um ano antes. E 83% da população era usuária da rede, ante 84%, na mesma comparação.
Entre 2023 e 2024, cresceu o acesso à rede realizado exclusivamente pelo celular, em detrimento do seu uso combinado com o computador, reflexo da menor presença desses equipamentos nas residências.
No biênio analisado, o uso combinado de celulares e computadores oscilou de 57% para 49%. Já o uso exclusivo de aparelhos celulares foi incrementado de 41% para 50%. Esse comportamento é mais comum entre usuários das classes C e D/E, em comparação aos da classe A/B.
Há menor menor presença de computadores nos domicílios das classes C, D e E porque nesses estratos o comprometimento do orçamento doméstico para custear a conexão com a rede tende a ser maior. Ou seja, as oscilações para baixo na conectividade estariam ligadas ao ônus financeiro da necessária reposição desse equipamento.
Mas parte da retração também está foi atribuída à adoção de comportamentos pela população que, eventualmente, dispensam essa forma de acesso. A lacuna pode estar sendo suprida, parcialmente, via acesso à rede pelo celular combinado à conexão via smart TVs.
As habilidades digitais mais citadas no relatório incluem o uso de ferramentas básicas, como copiar e colar (44%), anexar documentos (43%) e postar textos, imagens, fotos, vídeos ou músicas na internet (39%).
São menos usuais as tarefas que exigem maior domínio ou técnica, ou mesmo associadas aos estudos e ao trabalho: criar slides de apresentação (23%); usar fórmulas em planilha de cálculo (22%); desenvolver programas (17%); e criar/atualizar blogs ou páginas da internet (16%).
Além disso, 54% dos usuários afirmaram adotar medidas de segurança on-line, como o uso de senhas fortes, e 50% demonstraram preocupação com a verificação da veracidade de informações na rede.
A busca por informações sobre produtos e serviços na internet é uma das práticas mais comuns entre os usuários, tanto no Estado de São Paulo (59%) quanto no Brasil (56%). A leitura de jornais, revistas ou notícias on-line foi mencionada por 56% dos residentes do Estado, enquanto 45% buscaram informações sobre saúde ou serviços de saúde.
A realização de consultas, pagamentos e outras transações financeiras foi reportada por 57% dos usuários em São Paulo, patamar similar ao registrado no nível nacional. Essas transações compreendem hábitos cada vez mais corriqueiros, como movimentações via Pix e bancos digitais, entre outras práticas.
Júlio Rossato
