Risco de Grande Terremoto no Japão Pode Causar Danos Catastróficos
Um terremoto de magnitude 9 na região da Fossa de Nankai, no Japão, poderia deixar até 300 mil mortos, desalojar mais de 12 milhões de pessoas e gerar perdas econômicas de até US$ 1,8 trilhão (cerca de R$ 9 trilhões), segundo novo relatório do governo japonês divulgado nesta segunda-feira (31). O valor representa aproximadamente metade do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país.
Essa é a primeira atualização em uma década das projeções sobre um possível “grande terremoto” (ou Big One) que ameaça a costa Pacífica japonesa. O cenário mais pessimista do estudo considera o tremor acontecendo em uma noite de inverno, quando grande parte da população estaria em casa — muitas vezes em construções de madeira mais vulneráveis a incêndios — ou em trânsito, aumentando o risco de mortes e caos logístico.
Segundo o relatório, a região mais atingida seria a província de Shizuoka, no coração industrial do Japão, com potencial para mais de 100 mil mortes. Outras áreas altamente povoadas, como Tóquio e Osaka, também sofreriam impactos diretos. Ao todo, mais de 20 das 47 províncias do país estariam sob risco direto.
Apesar de o número estimado de vítimas fatais ter caído em relação ao relatório anterior (que projetava 330 mil mortes), graças a melhorias na infraestrutura, alertas móveis e maior preparo da população, o prejuízo econômico foi revisto para cima, com alta de 26%. Isso se deve à inflação dos últimos anos e à maior capacidade de análise sobre os impactos de tsunamis e inundações em diferentes regiões.
O alerta vem em meio à crescente preocupação dos japoneses com atividades sísmicas recentes. Em agosto do ano passado, um terremoto de magnitude 7,1 acionou pela primeira vez o novo sistema de alerta instalado em 2017, embora não tenha causado danos graves. Após o evento, aumentou a busca por kits de emergência e medidas preventivas entre a população.
Atualmente, especialistas estimam uma probabilidade de 80% de ocorrer um terremoto de magnitude entre 8 e 9 na Fossa de Nankai nos próximos 30 anos.
(com informações do Financial Times)
Paulo Barros
Júlio Rossato
