Carol Ribeiro fala sobre diagnóstico de esclerose múltipla
A apresentadora e modelo Carol Ribeiro, de 45 anos, revelou na última segunda-feira (31), durante um evento da revista Harper’s Bazaar, que foi diagnosticada com esclerose múltipla e convive com a doença há algum tempo.
Durante o evento Body & Mind, realizado em São Paulo, a apresentadora disse que os incômodos começaram em 2023, mas, a princípio, Carol acreditou que as mudanças fossem decorrentes da menopausa.
Ela disse que se sentia “esquisita” e optou por realizar uma bateria de exames para investigar melhor sua saúde. “Quando os médicos fizeram a checagem de hormônios, estava tudo bem. Eu achava que iria enlouquecer. Eu pensava: ‘Se isso é a menopausa, todas as mulheres vão enlouquecer’”, disse.
Não demorou muito para que os especialistas chegassem ao diagnóstico de esclerose múltipla. A condição pode ser desafiadora de identificar, pois seus sintomas são variados e, muitas vezes, confundidos com outras doenças.
Diogo Haddad, neurologista e head do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, disse ao InfoMoney que a esclerose múltipla é uma doença “camaleão”.
“Muitas outras doenças podem imitar e parecer com ela e, na verdade, por isso, há necessidade de um acompanhamento e um diagnóstico precoce da melhor forma possível”, disse.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune inflamatória crônica que afeta o sistema nervoso central, comprometendo o cérebro, a medula espinhal e o nervo óptico.
Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca a mielina, a camada protetora dos neurônios, interferindo na comunicação entre as células nervosas. De acordo com Haddad, a doença tem uma grande variedade de manifestações.
“A esclerose múltipla é uma doença extremamente versátil. Você pode ter sintomas dos mais variados, já que tudo depende do local onde a lesão inicial acontece”, afirmou.
Ele destaca que os principais sintomas são sensitivos, como perda de sensibilidade e formigamento, sintomas motores, com perda de força, ou mesmo sintomas visuais.
Como a doença se manifesta de forma diferente em cada pessoa, o diagnóstico precoce é essencial para que o tratamento seja iniciado rapidamente e a progressão da condição seja controlada.
Carol informou no evento que iniciou um tratamento que inclui o uso de hormônios, terapia e exercícios físicos. Com a nova abordagem, ela relatou uma melhora significativa em sua qualidade de vida.
“Eu não escutava o que meu corpo pedia e precisava, pois tinha outras prioridades. Agora, tenho esse cuidado, de escutar meu corpo e saber o que preciso”, afirmou.
Segundo a apresentadora, os efeitos do tratamento foram tão positivos que ela não sente mais os sintomas da doença.
O neurologista também reforça a importância do acompanhamento médico para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
“O diagnóstico hoje é feito de forma clínica, é necessário um neurologista, mas ele é feito também de forma radiológica e laboratorial. De forma geral, é preciso excluir todas as outras causas de doenças que possam se confundir com a esclerose múltipla”, explicou.
“Eu apuro muito pela ressonância magnética, porque as lesões de esclerose múltipla, por ser uma doença autoimune inflamatória crônica do sistema nervoso central, afetam basicamente o cérebro, a medula e o nervo óptico. Então, com a ressonância, eu consigo enxergar essas lesões, que muitas vezes têm um padrão típico da doença”
O caso de Carol Ribeiro reforça a importância de estar atento aos sinais do corpo e buscar acompanhamento médico diante de sintomas persistentes. Quanto mais cedo a esclerose múltipla for diagnosticada, melhores são as chances de controle da doença e manutenção da qualidade de vida.
Júlio Rossato