Guerra Tarifária Impacta Mercados Globais
A intensificação da guerra tarifária entre as maiores economias do mundo tem gerado um ambiente de aversão ao risco, com reflexos diretos nos mercados globais, especialmente no mercado cambial.
O avanço das barreiras comerciais entre Estados Unidos e China reacende temores de desaceleração econômica global e aumenta a percepção de risco entre investidores institucionais. Já se discute um possível cenário recessivo caso o conflito comercial se prolongue ou escale para setores estratégicos.
Nesse contexto de incerteza macroeconômica e fuga de ativos de risco, o dólar opera com alta volatilidade, reagindo tanto aos desdobramentos geopolíticos quanto a fatores técnicos.
O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas fortes, e o dólar futuro negociado na B3 (DOLFUT) são dois dos instrumentos mais sensíveis a esse cenário. Ambos se encontram em zonas técnicas decisivas, com possibilidades de reversão ou continuidade de tendência dependendo do comportamento do mercado nos próximos dias.
Para compreender os possíveis movimentos do DXY e do Dólar futuro, confira a análise técnica detalhada e os principais níveis de suporte e resistência.
Análise do Índice DXY
O índice DXY mantém sua trajetória de baixa no curto prazo, pressionado por fatores técnicos e macroeconômicos.
No gráfico diário, o DXY segue respeitando uma linha de tendência de baixa (LTB) e continua formando topos e fundos descendentes — um padrão clássico de enfraquecimento.
Nos dois últimos pregões, o índice registrou quedas expressivas. Na sexta-feira (11), ao tocar uma zona de suporte relevante em 99.250 pontos, houve reação compradora. A presença de sombra inferior no candle do dia indica que os compradores tentam defender essa faixa de preço, o que pode trazer alguma acomodação no curto prazo.
Apesar da tentativa de estabilização, o viés técnico do índice continua baixista. Caso perca de forma consistente a faixa dos 99.250 pontos, o DXY tende a buscar níveis inferiores de suporte, como as regiões de 97.200, 95.140 e até mesmo 92.900 pontos, que correspondem a fundos anteriores defendidos pelos compradores em ciclos passados.
Por outro lado, caso haja reação e os compradores consigam sustentar uma recuperação, o índice pode buscar resistências nas proximidades de 101.870 pontos e, em seguida, na faixa entre 103.500 e 104.730 pontos.
Análise do Dólar Futuro
O contrato de dólar futuro (DOLFUT) aponta para uma possível retomada da tendência de alta após romper uma linha de tendência de baixa (LTB) significativa no gráfico de 120 minutos. Esse rompimento sugere, ao menos temporariamente, o encerramento do ciclo de baixa observado nas últimas semanas.
Após romper a LTB, o dólar avançou até a região de 6.105 pontos, onde enfrentou pressão vendedora. Desde então, recuou e voltou a testar a antiga LTB, que agora atua como suporte técnico.
Enquanto o ativo permanecer acima da LTB rompida, o cenário continua favorável para os compradores. A superação da resistência em 6.105 pontos pode abrir espaço para o dólar alcançar níveis mais elevados, como os 6.305 pontos, e, caso o movimento ganhe força, os 6.497 pontos, uma região que coincide com topos anteriores.
No gráfico diário, o dólar futuro mantém sua tendência principal de alta. Recentemente, o ativo testou a linha de tendência de alta (LTA) na região dos 5.620 pontos, onde houve uma reação significativa dos compradores. Esse movimento impulsionou o dólar novamente para a resistência em 6.105 pontos.
O viés permanece positivo, e para que a estrutura de alta seja mantida, é crucial que o contrato permaneça acima dos 5.800 pontos. Essa sustentação pode abrir caminho para novas altas, com alvos técnicos em 6.105, seguido por 6.305, e, caso o movimento ganhe força, em 6.497 pontos.
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Júlio Rossato