Peso argentino recua e títulos avançam
O peso argentino recuava cerca de 17% nesta segunda-feira (14), enquanto os títulos avançavam, depois que o país fechou um programa de empréstimo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e desfez grande parte de seus controles cambiais e de capital na sexta-feira.
A queda do peso, em linha com as previsões de operadores, ocorreu depois que o banco central argentino desfez seu chamado “crawling peg” e mudou para uma faixa de negociação muito mais ampla, de 1.000 a 1.400 pesos por dólar, permitindo que a moeda flutue livremente dentro dessa faixa.
A moeda havia fechado em 1.074 por dólar na sexta-feira, embora as taxas paralelas, frequentemente usadas por argentinos e empresas locais para acessar dólares devido aos rígidos controles de capital em vigor desde 2019, estivessem próximas de 1.350 por dólar.
Argentina recebe US$ 15 bilhões do FMI
O ministro da Economia, Luis Caputo, informou na noite de sexta-feira (11) que o país receberá US$ 15 bilhões do FMI ainda este ano, sendo US$ 12 bilhões já nesta terça-feira (15).
Acordo costurado por Milei abriu caminho para flutuação do peso; entenda o que acordo envolve e como dá suporte à economia argentina.
Impacto do acordo e perspectivas
Os títulos internacionais do país se recuperavam, com alguns vencimentos ganhando mais de 4 centavos de dólar, segundo dados da MarketAxess. O apoio do FMI é visto como um estímulo à confiança geral e a remoção dos controles pode estimular o investimento.
O acordo com o FMI inclui metas de déficit zero e acumulação de reservas, com novos investimentos em energia e exportação de grãos. A queda do peso pode ser atenuada pela demanda dos exportadores de grãos por pesos, contribuindo para a estabilização do câmbio.
Os avanços na política representam um progresso significativo, permitindo que a Argentina desbloqueie seu potencial econômico.
Júlio Rossato