Inflação nos EUA Indica Possível Reaceleração, Diz Estrategista
Embora a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos tenha subido 0,3% em junho, em linha com o esperado, foi mais alta que o mês anterior (0,1%). Para Raphael Figueredo, o Rafi, estrategista da XP, que comandou o programa Morning Call da XP nesta quinta (17), isso somado a outros índices, pode estar indicando que a inflação americana ganha terreno.
“No primeiro trimestre desse ano, a gente teve uma desaceleração do PIB (nos EUA), que foi para o terreno negativo muito por conta da antecipação das importações”, explicou Rafi.
Empresas dos Estados Unidos anteciparam estoque prevendo tarifas de importação do governo americano e, agora, segundo o estrategista, ficou a expectativa com relação ao resultado do segundo trimestre de como foram as vendas a partir daquilo que foi adquirido antecipadamente.
“Registro de junho mostra que a inflação pode estar começando a dar sinais de reaceleração”, disse. “Dados que deveriam arrefecer podem estar aumentando de novo. Isso deve ser sinais de repasses de preços, principalmente daqueles conjuntos ligados à alimentação”, complementou.
Para Rafi, isso é “preocupante” e tem efeito na política monetária. Ele questiona se diante dessa realidade os investidores vão seguir se expondo mais a risco nos EUA, principalmente diante da especulação sobre o Fed (Federal Reserve, o banco central do EUA).
Ele vê entre os dirigentes do Fed, sejam aqueles que votam ou não, sendo influenciados pelo momento que sofre o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, com sucessivos ataques e ameaças de demissão por Donald Trump. “A sensação é de que o movimento político chegou para dentro do Fed”, pontuou.
“Isso deve continuar até que haja escolha de um presidente lá na frente (Jerome Powell tem mandato até maio de 2026) ou antecipadamente. Está tudo muito exposto e isso pode gerar volatilidade”, comentou.
Augusto Diniz
Júlio Rossato












