Governo está na reta final para anunciar medidas de corte de gastos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, no fim da manhã desta segunda-feira (4), após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o governo está “na reta final” para anunciar as medidas de corte de gastos.
O chefe da equipe econômica teve uma reunião com Lula logo no início da manhã. Haddad voltará a conversar com o presidente à tarde e disse que falará novamente com os jornalistas após o segundo encontro.
O ministro confirmou que cancelou a viagem oficial que faria à Europa, nesta semana, a pedido de Lula, para acertar os últimos detalhes do chamado pacote de corte de gastos.
“A minha ida [à Europa] estava dependendo dessa definição, se nesta semana ou na semana que vem que seriam feitos os anúncios. Como o presidente pediu para ficar e como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, acredito que nós estejamos prontos nesta semana para anunciar”, afirmou Haddad, sem especificar se o anúncio seria ainda nesta segunda ou no decorrer da semana.
Medidas em estudo
Segundo o jornal O Globo, o governo estaria atuando em três frentes. Uma delas é a revisão das despesas obrigatórias, que representam mais de 90% do orçamento federal e têm limitado o espaço para gastos com investimentos e o custeio da máquina pública.
Nessa seara, uma das medidas em estudo é flexibilizar a obrigação de repasse a fundos, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), e criar um limite de 2,5% acima da inflação para o crescimento de alguns gastos. Discute-se ainda se esse será um limite global para despesas obrigatórias ou individual para alguns gastos.
Outras frentes envolvem a mudança de políticas públicas consideradas caras ao presidente Lula, como o seguro-desemprego e o abono salarial, além do controle do fluxo de pagamento a benefícios específicos, como o ProAgro e o seguro-defeso.
Na semana passada, antes da disparada do dólar, Haddad havia afirmado aos jornalistas, em entrevista coletiva, que ainda não havia uma data estipulada para o anúncio das medidas de corte de gastos pelo governo.
Júlio Rossato