Taxas dos DIs caem após indicação de novas medidas fiscais
As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira com fortes baixas, de 25 pontos-base em alguns vencimentos longos, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelar viagem à Europa e indicar que as novas medidas fiscais do governo devem ser anunciadas nesta semana.
A queda das taxas no Brasil também está em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, depois de uma pesquisa mostrar a candidata presidencial democrata, Kamala Harris, à frente do republicano Donald Trump no Estado de Iowa — tradicional reduto republicano nos EUA.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,97%, em queda de 25 pontos- base ante o ajuste de 13,219%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,88%, ante 13,124%.
O otimismo dos investidores foi reforçado no fim da manhã após Haddad afirmar que as medidas fiscais discutidas pelo governo estão “adiantadas” e que teria uma reunião sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta segunda-feira.
Os profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que, mesmo que as medidas não sejam anunciadas nesta segunda-feira, a permanência de Haddad em Brasília já foi um sinal positivo emitido pelo governo, trazendo alívio à curva.
Como Trump é visto como um candidato com políticas mais inflacionárias, a pesquisa favorável a Kamala fez os rendimentos dos Treasuries de dez anos cederem para abaixo de 4,30% durante a sessão, o que também pesou sobre a curva a termo brasileira.
Perto do fechamento a curva brasileira precificava 95% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic na quarta, contra 5% de chance de elevação de 75 pontos-base. Na sexta-feira os percentuais eram de 88% e 12%, respectivamente.
Júlio Rossato