Eleição dos EUA e incertezas internas abalam mercado brasileiro
A eleição americana para definir o próximo presidente da Casa Branca tem gerado muita incerteza quanto ao vencedor, o que já é motivo para esperar volatilidade nos mercados. No entanto, no Brasil, há um fator adicional, as incertezas macro internas, que têm abalado os agentes econômicos nas últimas semanas. Analistas apontam que o mercado doméstico tem precificado muitos assuntos locais, principalmente relacionados ao equilíbrio fiscal, o que tem incomodado mais do que a eleição americana.
O analista da XP, Leandro Ross, especializado em operações de curto prazo em ações e operações de daytrade em futuros, diz que o mercado externo continua subindo, enquanto a bolsa brasileira só cai. Ele afirma que é difícil cravar uma direção, mas é certo que haverá volatilidade. Ross ainda destaca que o mercado local está muito sensível às questões domésticas e descolado do mercado externo.
Rodrigo Cohen, trader e analista de investimentos, vê o mercado emotivo e volátil. Ele ressalta que a semana não é somente de eleições nos EUA, mas também de decisão da taxa de juros no Brasil e nos EUA. Cohen considera importante ver o que será dito nos comunicados pós-decisão de juros do Federal Reserve nos Estados Unidos e do Banco Central no Brasil. O analista lembra que o Boletim Focus divulgado nesta segunda (04) aumentou as projeções para a inflação e taxa de câmbio ainda para esse ano, faltando menos de dois meses para o fim de 2024.
Com relação especificamente à eleição nos EUA, Cohen acha que se sair diferente nas urnas o que indicavam as pesquisas em algum estado americano que for, pode-se esperar uma volatilidade muito grande nos mercados. A divulgação do resultado eleitoral é anunciada por estado, o que pode prolongar a volatilidade dos mercados por dias.
Júlio Rossato