2024 será o ano mais quente já registrado
Segundo dados do Serviço de Mudança Climática Copernicus da União Europeia, 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro a ultrapassar a meta estabelecida na conferência climática de Paris de 2015. A temperatura provavelmente ficará mais de 1,55°C acima do nível pré-industrial, ultrapassando o objetivo de limitar o aquecimento global a 2°C e, idealmente, 1,5°C acima das temperaturas do início da Revolução Industrial. O recorde de calor aumenta o desafio dos delegados que participarão das conversas climáticas da COP29, que começam na próxima segunda-feira em Baku, no Azerbaijão.
Desafios da mudança climática
O limite de 2°C é o teto definido pelos cientistas para evitar que a mudança climática atinja um ponto crítico irreversível, desencadeando inundações, secas e tempestades catastróficas. A meta de 1,5°C é vista como uma média de longo prazo, em vez de um ano isolado, e negociadores climáticos indicam a possibilidade de reduzir as temperaturas abaixo do limite, caso ele seja ultrapassado. As conclusões do Copernicus aumentam as preocupações de que uma tendência prolongada de aquecimento é apenas uma questão de tempo, com as emissões globais de CO2 ainda sem atingir o pico.
Desafios da COP29
O recorde de calor aumenta o desafio dos delegados que participarão das conversas climáticas da COP29, que começam na próxima segunda-feira em Baku, no Azerbaijão. “Isso marca um novo marco nos recordes globais de temperatura e deve servir como um catalisador para aumentar a ambição na próxima Conferência sobre Mudança Climática, a COP29,” disse Samantha Burgess, diretora adjunta do Copernicus.
Conclusões da ONU
Com base nos planos climáticos nacionais, a nova análise da ONU indica que as temperaturas deverão atingir um pico entre 2,1°C e 2,8°C acima do nível pré-industrial neste século. Em outubro, as temperaturas ficaram acima da média na maior parte da Europa. Durante o mês, o continente enfrentou chuvas extremas, que resultaram em inundações relâmpago na região de Valência, na Espanha, onde mais de 200 pessoas morreram.
Júlio Rossato