Copom aumenta Selic em 50 pontos-base
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano. A decisão indica um ciclo de aperto monetário mais forte, com sinalizações para maior persistência inflacionária.
No cenário de investimentos, títulos atrelados à inflação seguem atraentes, enquanto a renda fixa do setor privado se torna mais desafiadora. A desancoragem das expectativas de inflação por um período mais prolongado e a resiliência na inflação de serviços foram riscos de alta destacados no comunicado da decisão publicado pelo Copom.
Títulos pós-fixados atrelados à Selic estão mais relacionados à alocação para caixa
Camilla Dolle, head de Renda Fixa da XP, explica que, em sua estratégia, os títulos pós-fixados atrelados à Selic estão mais relacionados à alocação para caixa, na reserva de emergência. “Claro que temos uma expectativa de aumento da Taxa Selic para os próximos períodos, isso deve favorecer esses títulos em rentabilidade ao longo do tempo”, disse Camilla. “Mas não podemos esquecer de como estão os juros reais no Brasil. Tem títulos pagando IPCA + quase 7% ao ano.”
XP revisa cenário para a Selic
A XP revisou seu cenário para a Selic e avalia que a taxa básica de juros atingirá 13,25% em maio de 2025, com ajustes sucessivos de 50 pontos-base até atingir este valor, manter o patamar e retomar cortes nas duas últimas reuniões de 2025, batendo 12,25% em dezembro do ano que vem.
Política monetária dos EUA e eleições americanas
O Fed (Banco Central dos Estados Unidos) se reúne nesta quinta-feira (7) para definir sua política monetária. A diferença na direção das políticas monetárias poderia abrir caminho para um fluxo maior de capital estrangeiro no Brasil, mas o receio quanto à política fiscal do Brasil ainda bloqueia uma consolidação desse cenário. O resultado das eleições americanas, que sagraram Donald Trump vencedor, não deve levar a um impacto direto relevante no Brasil.
Júlio Rossato