Curva de juros brasileira desinclinou nesta quinta-feira
Nesta quinta-feira, as taxas curtas subiram e as longas caíram após a vitória de Donald Trump na eleição norte-americana e a leitura de que o Copom fará o necessário para atingir a meta de inflação. Durante a tarde, notícias na imprensa de que o corte de gastos do governo Lula poderia ficar entre 10 bilhões e 15 bilhões de reais chegaram a pressionar a curva de juros e o dólar, com o mercado avaliando que as cifras seriam menores que o necessário. A informação, no entanto, foi desmentida oficialmente pelo governo, que segue sem dar pistas sobre o montante a ser anunciado.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,386%, ante 11,354% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 13,025%, em alta de 8 pontos-base ante o ajuste de 12,942%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,77%, em queda de 11 pontos-base ante 12,878% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,66%, em baixa de 11 pontos-base ante 12,774%.
A parte longa da curva também era influenciada pela baixa firme dos yields dos Treasuries, depois de atingirem os maiores níveis em vários meses na sessão anterior. Investidores ajustavam posições para aproveitar os preços mais baixos dos títulos e voltar ao mercado, passada a incerteza sobre o resultado eleitoral nos EUA.
As taxas curtas sustentaram leves ganhos desde mais cedo, na esteira da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na véspera, que elevou a taxa Selic em 50 pontos-base, para 11,25% ao ano. Mais do que a decisão em si, que era largamente esperada, profissionais do mercado destacaram o compromisso do colegiado com o atingimento do centro da meta de inflação, de 3%.
Júlio Rossato