Brasileiros deixam de sacar R$ 8,53 bilhões em valores esquecidos
De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC) na última quinta-feira, 7, até o final de setembro, os brasileiros ainda não haviam sacado R$ 8,53 bilhões em valores esquecidos no sistema financeiro. O Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu R$ 8,35 bilhões, de um total de R$ 16,88 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras. Os recursos esquecidos foram transferidos para o Tesouro Nacional em 16 de outubro e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque. Se o dinheiro não for requerido em até 25 anos, será incorporado definitivamente ao patrimônio da União.
Baixa adesão
Até o final de setembro, 24.674.462 correntistas haviam resgatado valores, o que representa apenas 35,3% do total de 69.918.333 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022. Entre os que retiraram valores até o final de setembro, 22.773.593 são pessoas físicas e 1.900.869 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.593.288 são pessoas físicas e 3.650.583 são pessoas jurídicas. A maior parte das pessoas e empresas que não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias.
Novas fontes de recursos
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em setembro, foram retirados R$ 395 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 255 milhões. O aumento ocorreu após a aprovação da lei que estabeleceu a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de R$ 8,5 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.
Melhorias no sistema
Além das melhorias, como impressão de telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no Whatsapp, o sistema permite a consulta de valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. O BC recomenda que o correntista tenha cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos.
Júlio Rossato