Copom aumenta taxa básica de juros e impacta mercado imobiliário
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25%, na segunda alta consecutiva da Selic no ano. A mudança é negativa para o mercado de fundos imobiliários.
A competição entre FIIs e investimentos em renda fixa faz o interesse pelos ativos cair, impactando negativamente o preço das cotas. O impacto também chega no volume de ofertas de FIIs novos ou follow-ons.
Analistas mantêm perspectiva otimista para o setor
Apesar do impacto negativo, analistas mantêm perspectiva otimista para o setor imobiliário no médio e longo prazo. Queda no preço das cotas traz oportunidades relevantes para quem investe com foco no médio e longo prazo. A desvalorização pode se aprofundar nos próximos meses, mas, no horizonte mais longo, a expectativa é que a distribuição de proventos se some à valorização das cotas.
Os “fundos de papel”, que investem em dívidas do setor imobiliário e têm seus rendimentos indexados à inflação ou juros, também são uma opção. Mesmo considerando o atual patamar da taxa de juros, avaliamos que os FIIs continuarão com uma boa relação de risco-retorno em comparação a outras classes de ativos”, afirma analista.
Oportunidades para investidores
Investidores devem priorizar FIIs que paguem um rendimento mínimo mensal de dividendos de 0,85% para os próximos 12 meses. Levantamento com dados da Economática mostra que pelo menos 55 fundos registraram uma taxa de retorno com dividendos acima do CDI nos últimos 12 meses. É importante estar atento aos fundamentos do fundo e a sua liquidez.
Para proteger contra o cenário desafiador da economia, o investidor deverá priorizar fundos geridos por grandes instituições, que tenham alta liquidez e um saldo acumulado em caixa robusto, para garantir os valores em caso de imprevistos. Também é importante ter um olhar atento para o nível de endividamento do fundo e os inquilinos, para selecionar os “menos vulneráveis ao ciclo de alta dos juros, inflação e dólar”.
Dentre os FIIs que são considerados atrativos pelos gestores, destacam-se: BTLG11, BRCO11, RBVA11, NSLU11 e FATN11.
Sectores de logística e híbridos são promissores
Analistas vislumbram as melhores oportunidades em dois setores: logística e híbridos. Os fundos logísticos voltaram a ter destaque entre as carteiras recomendadas mensais de analistas. A análise é de que as cotas estão muito descontadas em relação ao nível de portfólios, principalmente quando se olha para fundos com inquilinos grandes.
Os fundos híbridos, que investem em imóveis de qualidade, são vistos como o melhor dos dois mundos. “FIIs de papel, que também investem em tijolo, podem ser uma opção melhor ainda, em especial para os investidores que buscam ativos financeiros para investimento de longo prazo, considerando o pagamento de dividendos e a valorização das cotas e dos ativos no futuro”, diz economista.
Júlio Rossato